segunda-feira, julho 31, 2006

Congresso (ainda mais) fraco...

O próximo quadriênio vai assistir à relação mais desequilibrada entre Executivo e Legislativo da História do Brasil, em tempos democráticos. Um dos resultados práticos da atual crise política será a emergência de um presidente muito forte (qualquer que seja) e de um Congresso muito fraco. Muitos dos parlamentares da elite congressual que vem comandando as investigações das CPIs não vão voltar, principalmente porque boa parte deles disputam cargos majoritários. Haverá um contingente razoável de parlamentares reeleitos acusados de irregularidades, o que vai ocupar boa parte da agenda de iniciativa do Legislativo...
O texto aí de cima é parte de excelente análise sobre o futuro Congresso, publicada no Blog do Alon:
http://blogdoalon.blogspot.com/

O PMDB infiel

Porta-vozes ligados ao grupo do senador Mão Santa tem insinuado a possibilidade de impugnação de candidaturas de peemedebistas que estão explicitamente votando e fazendo campanha por e com Wellington Dias, do PT. É só jogo de cena. Ninguém é capaz de pedir punição de nenhum candidato por infidelidade.
A infidelidade tem sido a marca das campanhas brasileiras dos últimos anos. E o que não falta é infiel dentro do PMDB, a começar pelo próprio senador Mão Santa, que em 2002 apoiou Lula, apesar de seu partido ter feito formalmente uma aliança com José Serra.
O senador piauiense está em ilustres companhias, como a do senador José Sarney, em 2002 como agora, cabo-eleitoral do candidato petista.
Nesta campanha, nomes referenciais do PMDB estão andando e pedindo votos juntamente com Wellington. Ilustram bem essa realidade os deputados Kleber Eulálio e Warton Santos, peemedebistas antes mesmo de Mão Santa. Mas vale observar que o senador também ganha votos frutos da infidelidade. Um bom exemplo é o deputado Elias Ximenes do Prado, filiado ao PDT, partido formalmente aliado do PT. Também recebe votos de gente do PSDB, como o grupo tucano de Piracuruca, liderado por Dr. Raimundo, ex-prefeito municipal.
A infidelidade é uma marca da política brasileira, que mostra a falência do sistema partidário atual. E evidencia a necessidade de uma reforma política para ontem.

Indefinição na eleição proporcional

A sondagem feita pelo Instituto Datacerto para o site de notícias Portal AZ e o jornal O Dia não deixa dúvidas quanto à indefinição das eleições proporcionais.
Oito em dez eleitores não se fixaram em um nome para a Câmara Federal. Na corrida pelas 30 vagas da Assembléia, o cenário muda pouco, com indecisão beirando os 7 em 10.
Para onde vai esse eleitor é uma incógnita, mas boa parte poderá migrar para o voto nulo, o branco ou a abastenção pura e simples. Se o pleito fosse um feriado e numa sexta-feira, o eleitor daria banana para os candidatos. Certamente preferiria ir pescar ou encher a cara.
Com pouco mais de 60 dias para conquistar o eleitor, políticos precisam mostrar mais do que simpatia estampada em sorrisos nos seus cartazes de propaganda. O eleitor seguramente quer compromisso. Conversas em pequenos grupos pode ser uma boa solução para candidatos de todos os quilates. Isso porque, como houve uma quebra de confiança, é necessário reconstrui-la. E aí, só com um diálogo mais franco, quase olho no olho, para pequenas platéias.
Político que quiser renovar ou obter mandato apenas com muito dinheiro certamente conseguirá seu intento, mas será mais fácil vencer a disputa numa campanha em que o eleitor passe não apenas a ser respeitado e ouvido, mas, sobretudo, seja levado em consideração como alguém que pode ajudar a fazer da política um território, digamos, menos lamacento.

domingo, julho 30, 2006

O Congresso que se vende

Em depoimento na CPI dos Sanguessugas, o empresário Darci Vendoin (pai de Luiz Antonio vendoin, preso como um dos cabeças do escãndalos das ambulância) faz declarações que são de deixar mudo até o mais cétido dos brasileiros. Entre outras coisas, ele diz que há muitos políticos sérios e honestos. Mas há muitos (muitos mesmos!!) que usam o mandato só para a corrupção. E chuta um número: uns 70% dos congressistas se vendem.
O número pode ser força de expressão, mas merece ser visto com atenção.
Com efeito, há muitos congressistas que gastam fortunas e mais fortunas para ter um mandato. Compram um mandato para depois fazer dele um jogo dos interesses pessoais, negociando votações, traficando influência, fabricando propinas. Se possível, pagam uma boa grana para lideranças regionais de todo quilate e pedem para que não o procurem depois de eleito. Querem ter o mandato para fortalecer os próprios negócios, indiferente às comunidades, municípios, prefeitos etc.
De fato, as declarações do propineiro Vendoin coincidem com a visão que estudiosos da ciência política têm da política no Brasil: a maior parte dos congressistas faz do mandato uma fábrica de benefícios particulares que vão alimentar sua própria carreira política.
Esse tipo de postura também alimenta a descondiança em relação à política e aos políticos. E torna o cidadão cada vez mais cético e decepcionado.

As declarações de vendoin e outros envolvidos no escândalo dos Sanguessugas podem ser vistas na Folha de S. Paulo de hoje. Acesse:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u80837.shtml

quarta-feira, julho 26, 2006

Lula e Heloisa Helena

Pois é! Lula agora depende mais de Heloisa Helena que de si mesmo para vencer no primeiro turno.
Há naturalmente uma expectativa de crescimento das intenções de voto de Geraldo Alckmin: ele ainda é desconhecido de uma larga parcela de eleitores, o que não acontece com Lula. Deve encostar no presidente. E havia um sentimento geral de que Heloisa Helena passaria fácil dos 10% dos votos. Havia! Essa convicção desapareceu.
Daí, o sonho de Lula é que Heloisa Helena definhe na mesma medida do crescimento de Alckmin. E faça da eleição no primeiro turno um segundo turno antecipado, como ocorreu em 1998, a favor de FHC.
Sem converter-se no prometido fenômeno, Heloisa deixaria a briga para os dois grandes. Que resolveriam tudo logo dia primeiro de outubro.
Dessa forma, Lula pode levar a parada na primeira rodada.

terça-feira, julho 25, 2006

Os pés de barro de Lula

Lula é indiscutivelmente um homem de enorme carisma e encanto. Com tiradas simples, encanta a todo tipo de auditório. É maior que o PT. E maior também que seu governo, recheado de projetos assistencialistas e paliativos que apenas douram a pílula. É um governo muito aquém do esperado. Ainda assim, Lula mantém amplas chances de permanecer no poder. Por que? Porque tem ao seu lado o carisma e uma aliança ideologica e eticamente multicor.
Apesar da liderança, a posição de Lula não pode ser tomada inteiramente como confortável. Primeiro, as pesquisas deixam entrever a perspectiva de segundo turno. Até os petistas, que riam à toa depois da indicação de Alckmin como candidato do PSDB, estão colocando as barbas de molho. O sonho de um "capote" eleitoral foi esquecido.
Segundo, Lula está bem demais em um eleitorado bastante vulnerável: o setor menos esclarecido, com menor nível educacional. O Nordeste é bem um retrato dessa realidade: Lula alcança índices superiores a 60% das intenções de votos em praticamente toda a região. Em cidades do sertão mais pobre, o festival lulista passa dos 70% sem muitas dificuldades.
Esse apoio nas classes C, D e E pode ser explicado pelos programas assistencialistas - como Fome Zero - e pelo encanto que causa a imagem do homem simples que "chegou lá". Além do agradecimento pela ajuda mensal através de programas do tipo Fome Zero, há uma clara identificação de larga capa dessas classes com Lula, um sujeito que superou muitas adversidades até chegar onde chegou.
Mesmo assim, vale a pena tomar cuidado.
Esse segmento que hoje é o suporte das intenções de votos do petista é o mais vulnerável, com opiniões nem sempre consistentes. Pode sofrer forte influência do período da propaganda eleitoral no rádio e TV, especialmente do festival de acusações que vai tomar conta do horário gratuito, no qual Lula tende a ser de longe o principal alvo. Claro, esse segmento também é fortemente influenciado pelas lideranças locais. E essas lideranças estão sempre perto do poder, manejando a máquina clientelista com a força motriz da verba oficial. Nesse quesito, Lula leva vantagem.
Ainda que haja trunfos de parte a parte, é razoável desconfiar de uma liderança (a de Lula) que está baseada especialmente nas classes C, D e E. Essa base pode ser os pés de barro do gigante.
Lula parte como indiscutível favoritismo. Mas a própria ida para o segundo turno já tem provocado um baque para bom número de gente que considerava a disputa como favas contadas.

Lula mantém liderança

Lula mantém a perspectiva de vencer as eleições ainda no primeiro turno. É o que revela pesquisa do IBOPE divulgada hoje pela Rede Globo. Os dados funcionam como um banho de água fria na tendência de segundo turno, apontada pela maior parte dos institutos, nas últimas semanas. Mas não chega a ser uma folga para Lula: a vantagem não é grande e na simulação de segundo turno o petista vê a aprocimação do tucano Geraldo Alckmin.
De acordo com a nova pesquisa do IBOPE, Lula term 44% das intenções de voto. O percentual do candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin, é de 27%. A taxa de intenção de voto na candidata do PSOL, Heloísa Helena, é de 8%. Sobram ainda algumas migalhas de votos para os candidatos menos expressivos – Cristovam Buarque, José Maria Eymael e Rui Costa Pimenta.
Num eventual segundo turno, Lula venceria com 48% das intenções de voto contra 39% do tucano Alckmin. Na pesquisa anterior, Lula tinha 53% das intenções de voto contra 31% do tucano. Com isso, a diferença que era de 22 pontos anteriormente caiu para 9 pontos.
Nesse quesito, os tucanos festejam a valer.

Os reflexos no Piauí
Os números não chegam a tirar o sono de nenhum candidato ao governo do Piauí. Mas as análises menos apegadas aos números gerais apontam para a real possibilidade de uma disputa em dois turnos. E isso pode significar algumas dificuldades para Wellington Dias e todo seu grupo. Wellington já não tem uma posição tão confortável, sem conseguir romper a barreira dos 40%, apesar do maior gasto com publicidade em toda a história dos governos piauienses. Com Lula perdendo alguma força, perde também o governador do Piauí.
Mão Santa e Firmino Filho podem olhar tufo com bons olhos, já que a possibilidade de segundo turno é real. Não está claro quem poderia ganhar as sobras de um eventual enfraquecimento do candidato petista.
Pode ser que Mão Santa amealhe um pouco dos apoios fisiologistas que correram para Wellington em busca de sombra nas verbas oficiais e da perspectiva de reeleição. Já Firmino pode colher os votos de opinião, especialmente quando o bombardeio da campanha expor em letras garrafais os escândalos da Era PT, refrescando a memória popular.

Distância prudente

O vermelho está sumindo das peças da campanha de Lula à reeleição. Foi substituído pelo azul, o verde, o amarelo e branco no site do candidato, nas paredes do comitê dele inaugurado hoje em Brasília e em painéis gigantescos que começam a aparecer por aí.
A troca tem duas vantagens: distingue Lula do PT que continuará usando o vermelho; e cola em Lula as cores da bandeira nacional.
Depois do escândalo do mensalão, o governador Zeca do PT, do Mato Grosso do Sul, resgatou seu verdadeiro nome - José Orcírio Miranda dos Santos. Foi rápido no gatilho.

A nota aí de cima está no Blog do Noblat:
http://noblat1.estadao.com.br/noblat/visualizarConteudo.do?metodo=exibirPosts&data=24/07/2006#post23580

segunda-feira, julho 24, 2006

Em Picos, desencanto como em todo canto

Estou em Picos. Fazia uma meia dúzia de anos ou mais que não vinha a este pedaço do Piauí. Sorte que aqui mora um povo absurdamente trabalhador, porque os políticos da região estão abaixo da média já muito baixa dos políticos brasileiros. Por isso mesmo, com as pessoas com quem conversei - gente do povo, nenhum com diploma superior - o que percebi claramente foi desencanto com a política.

No final da manhã, depois de ter dado entrevista a uma emissora local para falar sobre a importância do Ofício do Ministério Público do Trabalho na cidade, fui andar pelas ruas apinhadas de gente. Parei aqui e ali e ouvi opiniões. Mas foi no mercado local que colhi a melhor delas, de um comerciante, que ainda vende feijão, milho e farinha de mandioca no prato - medida equivalente a dois litros.

Ele disse para mim que não acredita que possa haver políticos honestos. Há uma impossibilidade pelo fato de que quem não se deixa contaminar é expelido do sistema. Para o comerciante, se ele fosse um homem desonesto, seu empregado o seria. Teoria do espelho, do exemplo. Adorei meus 15 minutos de conversa com ele.

O desencanto do homem era algo muito visível, muito sincero e, ruim para a boa política (?), traço comum em quase todas as conversas que mantive na cidade com gente do povo. Votar passou a ser um estorvo para muitos. Assim, podem até optar pelo pior só por achar que não vale a pena o menos ruim ou o que melhor se apresenta. Um risco, enfim.

Esse comportamento de desencanto que vi em Picos é comum no país todo, infelizmente. E numa democracia, o maravilhoso processo de escolha pode, infelizmente, gestar coisas piores. Hitler começou assim, lembrem-se. Chavez, o ditador disfarçado de pai dos pobres na Venezuela, também. E outros tantos podem vir depois. Bom mesmo é que políticos com o mínimo de compromisso façam algo para pôr fim ao desencanto. Poderiam começar sendo mais firmes para punir a patifaria de seus pares.

Dirceu e Celso Daniel: é hora de falar

"O ex-ministro José Dirceu tem audiência marcada Para amanhã às 14 horas no Fórum de Santo André, em função do processo por calúnia que move contra o médico João Francisco, irmão mais velho do prefeito Celso Daniel, assassinado em 2002. Numa primeira audiência, marcada quando era ministro, Dirceu não compareceu.
Pessoas próximas a família de Celso Daniel acham que, mais uma vez, ele não vai comparecer, o que seria ruim para Dirceu. O ex-ministro costuma reagir de forma indignada toda vez que ouve qualquer insinuação de seu envolvimento no esquema de corrupção na cidade e, mais ainda, quando seu nome é ligado, de uma forma ou de outra, às pessoas acusadas de planejar o assassinato de Celso Daniel. Ele foi acusado por João Francisco de receber a verba das propinas da prefeitura.
Em conversas informais, Dirceu diz que foi convencido a desistir da ação de calúnia pela própria família do ex-prefeito, numa conversa mantida no final de 2002, num hotel que funcionava como quartel-general da campanha de Lula.
De volta à vida civil, tudo o que José Dirceu quer é distânciade escândalos mas, na prática, ele não tem opções. Ou apresenta sua versão ou engorda o coro de quem diz que tem muito a Esconder".
O texto acima está no blog de Paulo Moreira Leite: http://blog.estadao.com.br/blog/?blog=22.

Alberto valoriza o passe

O senador Alberto Silva está valorizando o seu passe político. E como sabe valorizar.
Antes da convenção, apoiou Wellington Dias abertamente abriu guerra com o grupo de Mão Santa. No final de semana, chegou a manifestar apoio ao ex-governador. Mas hoje deve reafirmar sua aliança com Wellington e o João Vicente Claudino.
Quem tem trânsito nos corredores palacianos e nos salões do Paraíba garante: desta vez a nomeação de Marcos Silva para o Tribunal de Contas sai.
Além disso, um bom suporte (e bote bom nisso!!!) à candidatura de Alberto à Câmara Federal.

domingo, julho 23, 2006

Alberto desmente 'adesão'

"O senador Alberto Silva, candidato a deputado federal pelo PMDB, desmentiu agora há pouco que tenha procurado o senador Mão Santa para aderir ou apoiar a sua candidatura ao governo do Piauí, como tentaram fazer acreditar partidários do seu colega de bancada.
Alberto disse que quem o procurou foi o candidato do PMDB. “Não o procurei e nem o procuraria”, declarou o senador Alberto Silva diante das informações divulgadas pelos assessores de Mão Santa".
A informação aí de cima é do Portal AZ.
Mais informações em www.portalaz.com.br.

A frase do mês

"Eu vou para o segundo turno. Não sei com quem, se com o 'chuchu' ou com o 'rei da abobrinha', mas eu vou pro segundo turno"
Heloisa Helena, candidata a presidente pelo PSOL

sábado, julho 22, 2006

Sanguessuga: Pegou mal, PT

Pegou muito mal para o PT os passos pós-divulgação (pela Folha de S. Paulo) de ligações do governo petista do Piauí com o esquema dos sanguessugas. A história ficou pior que a própria denúncia.
E o que pegou mal?
Pegou mal 1: o PT correu para tirar da internet a agenda do governador Wellington Dias, do dia 9 de junho de 2003, dando conta do encontro de Wellington Dias com o sanguessuga Luiz Antônio Vedoin, preso por envolvimento na pilantragem.
O esforço de esconder o fato é por si só muito suspeito. Mas PT esqueceu que esse registro está nos sites de busca.
Pegou mal 2: a quase totalidade da imprensa local seguiu a orientação do Karnak, que faz uma comunicação de voz-única, e desmentiu o fato. Mas desmentiu um fato que sequer foi noticiado.
Isto mesmo: tem jornal, rádio e TV que deu o desmentido. Sim, o desmentido sem ter antes oferecido a denúncia. Prá que dar o fato? Pra chamar a atenção para a gravidade das ligações insinuadas pelo tal Vendoin? Assim, basta a versão.
Jeito estranho de fazer jornalismo, né?

Sanguessugas na Época
O envolvimento de dirigentes petistas no esquema das ambulâncias está também na revista Época que chega às bancas neste final de semana. Lá também está Wellington Dias. Segundo Vendoin, o esquema com o governo do Piauí só não se concretizou porque a Polícia Federal o prendeu pouco antes.
Ver matéria completa "Os companheiros sanguessugas" em:
http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EDG74886-6009-427,00.html

Alberto volta a pular o muro

Pois é! É isso mesmo: Alberto Silva volta a pular o muro das (in)conveniências e agora declarou seu apoio à candidatura Mão Santa. A informação é do portal 180 Graus (www.180graus.com).
Ele que é PMDB, havia decidido apoiar o candidato do PT. E agora, como por um encanto, voltou a ser peemedebista.
Durma-se com um barulho desses...

Fidelidade! Que fidelidade?
A eleição deste ano é a demonstração cabal de que os partidos são pura peça de ficção no universo político brasileiro. Ninguém tem nenhum compromisso com sigla. Nem com propostas de trabalho. Tampouco com ideologias.
Em Picos, Hugo Napoleão tinha o apoio de parcelas de vários partidos, incluindo o PMDB. Agora conseguiu reaglutinar o PFL. Sim, vai ter o apoio do PFL.
Um tucano como Dr. Raimundo, de Piracuruca, é um dos coordenadores regionais da campanha de Hugo, assim como Silvio Mendes (PSDB) e Júlio César (PFL), oficialmente em palanques opostos, andam de mãos dadas em Teresina. Firmino também abiscoita suas nesgas de votos no PMDB e PFL.
João Vicente tem apoios em vários partidos, assim como Wellington Dias soma o que pode, sem olhar história nem propósitos dos novos companheiros.
Isso para não falar em Alberto Silva, que decidiu enfim apoiar o candidato do seu próprio partido, abandonando o palanque adversário.

Os sanguessugas viram panfletos

A matéria da Folha de S. Paulo que vincula o escândalo dos sanguessugas a Wellington Dias e Nazareno Fonteles virou panfleto. Hoje, em muitas esquinas de Teresina, foi distribuído panfleto sobre o assunto, chamando o governador de "Wellington Sanguessuga". Ninguém sabe quem é o autor, mas os interessados na divulgação da informação podem estar tanto ao lado de Mão Santa quanto de Firmino Filho.
Este é só um primeiro round da longa e dura luta até o dia primeiro de outubro. Outros panfletos devem vir à tona, nem sempre contra o governo petista. Mas certamente Wellington será alvo de duros ataques. E por dois motivos.
Primeiro, há muito no que bater dessa Era PT, tanto no âmbito nacional quanto local. Segundo, os adversários avaliam que os petistas são (ou eram) bons de bater e péssimos de apanhar. Recebem muito mal os ataques contra o governo, como demonstrou o desconforto de Wellington no debate da TV Meio Norte.
Assim, os concorrentes vão fazer do ataque baseado nos escândalos a principal arma contra o governo.

Firmino ganha chance
O ex-prefeito Firmino Filho anda mal nas pesquisas, mas não pode ser considerado desde pronto uma carta fora do baralho. Os mais atentos avaliam que ainda há uma chance para o tucano, especialmente diante de fatos como o vínculo de Wellington Dias com o esquema dos sanguessugas.
Os tucanos depositam enorme esperança na propaganda eleitoral no rádio e TV, quando esperam firmar uma idéia de preparo técnico e perspectiva diferenciada de gestão como forma de distanciar-se do "descalabro petista" e da "bagunça mãossantista", para usar aqui dois termos pronunciados por um tucano de bico grande.
O governador nunca conseguiu romper a barreira dos 40%, apesar do oceano de Reais gastos em propaganda. Com os novos fatos, pode começar a perder votos.
Os tucanos acham que podem tirar votos dos dois outros concorrentes - Mão Santa e Wellington Dias. E passar dos 30% de intenção de votos, chegando ao segundo turno. Avaliam ainda que, no segundo turno, ninguém vence Firmino pelo simples fato de que Mão Santa não vota no PT nunca mais; tampouco os petistas voltariam a sufragar Mão Santa.

sexta-feira, julho 21, 2006

Pesquisa mostra força de Hugo

Certamente os tucanos devem estar arrependidos. A pesquisa IPOP divulgada pelo jornal Meio Norte mostra o quanto Hugo Napoleão está bem na disputa pelo Senado. Tem o dobro do segundo e terceiro colocados: Hugo aparece com 36,7% das intenções de votos, contra 18,8% de João Vicente Claudino e 17,2% de Freitas Neto. Ari Magalhães, cuja candidatura é vista como um instrumento das intenções de João Vicente, tem apenas 3%.
O desempenho de Freitas mostra que o PSDB patina também para o Senado. E que o cálculo de Firmino quanto à aliança com Hugo foi certamente um grande erro de cálculo.
A pesquisa revela especialmente a força de Hugo, um candidato que faz campanha de poucos recursos, comparada com o enorme suporte financeiro do rapaz do Armazém Paraíba.
A pesquisa já traz o sentimento dos primeiros momentos da campanha, quando o dono do Paraíba invadiu as ruas com milhares de cavaletes e propaganda sofisticada. Também reflete as aparatosas andanças pelo estado inteiro, sempre com enorme parafernália de comunicação. Pelo menos até agora, os recursos financeiros não têm feito diferença.
Uma das surpresas dessa eleição é um dos dados referentes a João Vicente: apesar de nunca ter ocupado nenhum cargo de relevo (foi secretário de Industria e Comércio sem brilho e chegou a vice-presidente do grupo do pai, depois substituído pela irmã), João Vicente tem uma rejeição equivalente a quem já ocupou postos como o governo do Estado.
O resultado da sondagem do IPOP dá a dica desta campanha: o carisma de Hugo deve ter um peso muito grande nesta eleição em que os comícios com artistas não existirão e, portanto, não poderão desempenhar a função de arrastar multidões.
As esperanças dos dois outros candidatos de alguma forma competitivos devem residir especialmente na propaganda eleitoral no rádio e TV. Outra vez João Vicente gasta muito, bem acima dos concorrentes: contratou equipe de marketeiros de fora, que se soma à já importante e criativa equipe da Sucesso, agência de propaganda do grupo do Armazém Paraíba.

Wellington associado aos sanguessugas

Um dos envolvidos no escândalo dos sanguessugas (compra de ambulância com esquemão de propina) relacionou o governo do PT do Piauí ao esquema. E disse que negociações foram feitas dentro do gabinete e com a presença do governador Wellington Dias.
As informações estão na Folha de S. Paulo de hoje.
A matéria diz ainda que um dos detidos pelo esquema de corrupção trabalhou no gabinete de Nazareno Fonteles, quando este era secretário de Saúde. Nazareno nega.
Veja matéria completa em http://www1.folha.uol.com.br/folha/brasil/ult96u80588.shtml.

Nazareno entre a cruz e a espada

O deputado Nazareno Fonteles está certo que será um dos principais destinatários dos votos de opinião, aquele voto solto que o eleitor dá em função da percepção que tem da política e dos políticos. É um voto livre, sem amarras. E que chega de graça, sequer sem ser pedido.A crença de Nazareno é que sua conduta "independente" em relação a Wellington Dias e Lula é bem vista pelo eleitor. E será reconhecido na hora do voto. Essa crença faz Nazareno acreditar que será o mais votado da coligação, desbancando o favorito Antônio José Medeiros na corrida por uma vaga na Câmara Federal.
REAÇÃO INTERNA - Dentro do PT, as reações à postura "independente" de Nazareno não tem tanto glamour. Alguns petistas históricos qualificam o ato do deputado (que foi crítico ao PT, a Lula e Wellington quando mais precisavam de apoio) como traição.Um desses históricos, ouvido ontem pelo blog, disse que não haverá orientação do partido para concentrar votos em Antônio José. Mas o sentimento partidário naturalmente reforçará o ex-secretário de educação, em prejuízo de Nazareno.
Nas palavras desse petista, ninguém engole o gesto "desleal" de Fonteles.

A CRUZ DE NAZARENO - O comentário que você leu acima foi redigido ontem à noite para ser postado hoje. Conservei o texto como estava. Mas agora surge a bomba: o nome de Wellington Dias e Nazareno são relacionados no escândalo das Sanguessuga. Dependendo de como seja explorado, vai tirar muito da força dos argumentos do deputado do PT, que se mostrava acima dessas coisas cabeludas.
Os votos de opinião podem ser afetados pelas sanguessugas.

quinta-feira, julho 20, 2006

Hora extra no Paraíba

Os funcionários do Armazém Paraíba estão sendo levados a fazer hora extra.
Todos estão saindo do trabalho com um cavalete de João Vicente Claudino debaixo do braço. Os funcionários estão sendo "convidados" a colocar na calçada da própria casa o cartazão do filho do dono da empresa.
A exigência só não pega quem mora em apartamento, claro.
A exposição da foto do rapaz do Paraíba está sendo uma espécie de hora extra que cada funcionário está fazendo.
Sem direito a remuneração extra. Pelo menos ao que se sabe...

Pesquisa IPOP indica polarização

Os números do IPOP, o instituto-bússola da política piauiense, indicam uma polarização entre Mão Santa e Wellington Dias. Segundo pesquisa do instituto divulgada hoje pelo Meio Norte (http://www.meionorte.com/), o governador cresceu um pouco, depois de ficar estagnado nas duas pesquisas anteriores. Chegou a 39,5%, contra os 36,8% de maio e 36,7% de março. Dá uma respirada e mostra a viabilidade de seu nome para um segundo mandato, ainda que não tenha conseguido romper da barreira dos 40%.
Já Mão Santa mantém a seqüência de crescimento, reafirmando-se como o nome da oposição. Nesta pesquisa tem 32,3% dos votos, quase 3 pontos acima dos 39,4% de maio e bastante acima dos 25,8% de março. Mostra que deve ser mesmo o real adversário de Dias.
Os tucanos até que gostaram da pesquisa IPOP, ainda que mostre a perda de popularidade do candidato Firmino Filho. Firmino foi o único dos três candidatos “grandes” a perder intenção de votos em relação à pesquisa anterior do mesmo instituto. Mas os tucanos acreditam que o prejuízo poderia ter sido até maior.
Segundo o resultado, Firmino volta ao patamar de março, perdendo quase um terço da intenção de voto que tinha em maio. Com 17,5% das intenções, fica cerca de 10 pontos abaixo das intenções que chegou a apresentar antes da crise que abriu com o PFL e que, na prática, inviabilizou sua candidatura.
O histórico de Firmino é o seguinte: Março, 17,2%; Maio, 24,2%; e Julho, 17,6%.
A tendência é de polarização entre Mão Santa e Wellington.
Claro, os tucanos vão tentar quebrar essa perspectiva, pensando em inserir Firmino no rol dos candidatos viáveis. Não é tarefa fácil. O ex-prefeito vem apresentando performance mediana em Teresina e fraca no interior. Precisa desesperadamente da reação de Teresina.Se na próxima pesquisa, em agosto, não voltar à casa dos 20%, pode sofrer um esvaziamento às custas do chamado voto estratégico, ou voto útil, quando um candidato que se mostra pouco competitivo é esquecido pelo eleitor. Nesse caso, parte dos votos que hoje são destinados ao tucano poderia ser dividido entre os dois candidatos que polarizam a disputa.

quarta-feira, julho 19, 2006

Multa, um trocado para Claudino

João Vicente Claudino pode ser multado pelo TRE por propaganda irrfegular. O valor: 21 mil reais.
Bobagem.
Isso é trocado para a campanha do rapaz do Paraíba.

Firmino espera pesquisa IPOP

O PSDB adotou a tática do silêncio em relação à pesquisa do Instituto Jales, que coloca Firmino Filho com índices abaixo de 10% das intenções de voto. Internamente, os tucanos não economizam insultos aos responsáveis pela pesquisa, que identificam como "a pesquisa do João Mádison".
O partido espera a pesquisa que será divulgada amanhã pelo jornal Meio Norte. Esta tem a assinatura de João Batista Teles, do IPOP. Ainda que associem a encomenda ao PT, acham que Teles está num patamar bem distinto do concorrente, com um histórico respeitável.
E por isso mesmo as preocupações são grandes, porque não dá para bater no instituto. Se Firmino aparecer nessa nova sondagem com índices abaixo dos 15%, será um Deus nos acuda. Será quase que o reconhecimento de que a candidatura tucana carece de competitividade.
A falta de perspectiva da candidatura Firmino está encolhendo os apoios e o suporte financeiro à campanha. E algumas cabeçadas já são vistas entre integrantes do staff tucano.
Uma boa performance na pesquisa do IPOP, ao contrário, seria um oxigênio para a caminha do ex-prefeito. Mas nem os tucanos estão tão confiantes nesse gás extra.

TRE manda retirar propaganda de João Vicente

A propaganda eleitoral do candidato a senador João Vicente Claudino (PTB) vai ser totalmente retirada das ruas de Teresina a partir desta quarta-feira (19/07).
A informação está no Jornal Diário do Povo de hoje.Uma determinação da Comissão de Propaganda do Tribunal Regional Eleitoral mandou recolher todos os cavaletes de propaganda eleitoral de JVC alegando que o material estava voando, com o vento, e caindo no meio da rua, atrapalhando o trânsito.
O candidato foi notificado pelo TRE-PI e terá um determinado prazo para apresentar sua defesa. De acordo com a legislação eleitoral, a violação sobre a propaganda eleitoral acarretará multas de R$ 21 mil a R$ 53 mil.
http://www.180graus.com/home/materia.asp?id=68303

domingo, julho 16, 2006

A renovação na Câmara Federal

Segundo as expectativas, será grande a renovação na Câmara Federal. Em todos os estados, entre eles o Piauí. Escândalo como o mensalão terão muito a ver com isso, especialmente em grandes centros, como São Paulo, onde o PT gostaria de ter um puxador de votos.
No Piauí, a renovação será grande, mas por diversos motivos. No estado, dois deputados são estepes: Nazareno Fonteles e Simplício Mário, substitutos dos falecidos Francisca Trindade e Afonso Gil. Simplício recebeu de graça um mandato que nunca teria condições de conquistar. E não terá como renovar. Nazareno terá dificuldades de voltar, especialmente pela concentração dos votos petistas em Antônio José Medeiros: o partido teme dividir os votos e ficar sem nenhum deputado.
Antonio José Moraes Souza não disputará a reeleição. Somente aí já temos uma renovação prevista de 30%.
B. Sá deve ter problemas para se reeleger, resultado do flagrante em que negociava liberação de dinheiro com empreiteira. O problema de B. Sá é que já tinha uma situação difícil; depois do flagante ficou mais complicada ainda: se quiser se eleger, terá que gastar muito mais do que pensava, já que o apoio de lideranças locais não se dará por seus belos olhos.
Se não conseguir, aí já serão 40%.
Dos outros 6 deputados (60%), a perspectiva não chega a ser ruim. Mas poucos têm folga.
Vale assim uma análise geral caso a caso:
Simplício Mário: deverá perder o mandato e voltar à condição de suplente.
Nazareno Fonteles: tem como principal adversário seu colega Antônio José Medeiros.
Moraes Souza: não disputa a reeleição e deixa a vaga aberta.
B. Sá: disputa, mas com chances bastante reduzidas.
Ciro Nogueira Filho: tende a disputar a condição de deputado federal mais votado do estado.
Júlio César: é visto com eleição certa. E com chances de ser um dos mais votados, como em 2002.
Átila: tende a ser reeleito, mas depende muito da legenda, e particularmente de R. Sá. Se Sá for bem votado, garante uma vaga para o PSDB. Dificilmente Átila deixa de ser o primeiro dos tucanos.
Mussa Demes: tende a ser reeleito, principalmente depois que herdou colégios de Moraes Souza.
Marcelo Castro: melhorou muito de situação depois da aliança do PMDB com o PP. Tende a manter a cadeira.
Paes Landim: diante da aliança com o PT, deve garantir a vaga.
Nessa luta, alguns nomes são relacionados como candidatos às vagas que ficarão abertas. R. Sá é uma possibilidade no PSDB, assim como Mainha deve ter boa votação no PFL. No PT, a expectativa é Antônio José, além do coligado Osmar Júnior (PCdoB). No PMDB, Alberto Silva é uma completa incógnita. Pode tanto ser um estouro de votos como uma completa decepção.

Segundo turno antecipado

Quem está fazendo a sondagem das eleições deste ano tem uma suspeita: a disputa pelo governo do Estado tende a se polarizar, criando uma especie de segundo turno antecipado. A notícia é boa para Wellington Dias e Mão Santa. E péssima para Firmino Filho, que terá nas próximas semanas a preocupação de se mostrar viável. Se não conseguir, poderá ver sua candidatura minguar ainda mais.
O segundo turno antecipado seria a repetição da capanha de 2002, quando apenas dois candidatos efetivamente contavam: Wellington e Hugo Napoleão. Na época, com a oposição concentrando seus votos no candidto do PT, Wellington venceu no primeiro turno, ainda que com uma diferença pouco acima de 2% dos votos. Os demais candidatos não somaram o suficiente para cobrir a diferença.
Claro, a eleição deste ano apresenta uma diferença fundamental: em termos de densidade eleitoral, Firmino não pode ser comparado a Jônathas Nunes ou Acilino Ribeiro. Ainda assim, o risco de polarização é grande. Hoje há quem aposte que o tucano terá percentual de voto menor (aliás, bem menor) que os cerca de 12% abiscoitados por Francisco Gerardo em 1998.
É muito cedo para análises categóricas. Mas os primeiros indicadores com o quadro sucessório definido não são nada favoráveis ao ex-prefeito.

sexta-feira, julho 14, 2006

Quando o debate funciona

FENELON ROCHA
Jornalista e Prof. da UFPI

Estão dando importância além da conta para o debate com os candidatos a governador, realizado pela TV Meio Norte na quinta-feira à noite. Nesse momento, não importa muito quem ganhou, já que o debate serviu tão somente para delimitação do território de cada candidato – isto é, para cada concorrente oferecer seu posicionamento e tentar estabelecer as diferenças em relação aos concorrentes.
Dois meses e meio antes da votação, a campanha ainda está fria e o interesse no debate é limitado. Nesta fase, vai para a frente da TV quem tem interesse mais forte pela política, gente que em geral também tem suas preferências bem definidas. E se perguntarmos a essas pessoas quem ganhou o debate, elas vão indicar o candidato de sua preferência.
A indicação do ganhador só será diferente da preferência pessoal se seu candidato tiver sido um desastre. E essa é a real preocupação de um candidato num debate que ocorre tão cedo: não ser um desastre.
Nesse quesito, não podemos dizer que houve perdedor. E assim, não se pode dizer que houve um ganhador. Cada um estabeleceu seu campo particular: Wellington como o homem simples que está realizando muito pelo Piauí; Firmino como o administrador que tem um modelo a oferecer; e Mão Santa como o homem que fala a voz do povo e se bate contra um governo de faz-de-conta.
Daqui por diante, esse posicionamento é o que vai prevalecer. Vai ser repetido pela propaganda dos santinhos, carros volantes, discursos e horário eleitoral do rádio e TV.
Quanto aos debates, vamos ter outros. E se o desta semana teve pouca importância, no futuro a situação pode ser diferente.
Estudos mostram que os debates só funcionam mesmo em situações de disputa acirrada, muito acirrada. O mais clássico dos debates políticos colocou Kennedy contra Nixon, em 1960. Foi decisivo numa disputa vencida por meio por cento dos votos. Também foi decisivo o confronto de 1989 entre Collor e Lula: num quadro de indefinição, Collor saiu-se bem melhor no último debate, e ainda foi favorecido pelo enfoque da mídia. Em 2002, o cara-a-cara não mudou nada, nem no primeiro nem no segundo turno.
A questão é que esse tipo de programa tem impacto efetivo junto ao eleitor indeciso. E não há nada que garanta que esse eleitor ligue a TV com o propósito deliberado de elucidar dúvidas íntimas: o mais provável é que fique distante da telinha, desinteressado. Ainda assim, num quadro de disputa apertada, produzir influência sobre 3 ou 4% do eleitorado pode dizer muito sobre o resultado final da votação.
Na disputa pelo governo do Piauí, este ano, o debate programado para o final de setembro pode ter grande importância. Isso, claro, se 3 ou 4% fizerem efetiva diferença entre ter ou não ter segundo turno; ou entre Fulano ou Beltrano chegar à reta final da disputa.No mais, o debate desta semana funcionou como uma preliminar para o jogo principal. Funcionou como o aquecimento para as grandes discussões que vão estar postas especialmente a partir da propaganda eleitoral no rádio e TV.

O debate da TV Meio Norte

O debate realizado pela TV meio norte contou com oito participantes, mas com três protagonistas: Wellington Dias, Firmino Filho e Mão Santa. A eles se dirigiam as críticas discretas dos próprios e as estocadas diretas de outros (em especial da professora Lourdes Melo, do PCO).
Os demais candidatos apenas figuravam, ainda que Edna Nascimento tenha se destacado por algumas posições mais elaboradas e a professora Lourdes pelo ataque sem sutileza aos três concorrentes reais. Pastor Macedo, Jonas Moura e Major Avelar mostraram o de sempre: pouca consistência, alguma tentativa de frases de efeito que gere simpatia e uma clara imagem de quem estão ali com o propósito de abiscoitar uma migalha do angu do poder.
O ganhador do debate?
Esta é uma pergunta difícil de responder. Primeiro, não se tem clareza da audiência, especialmente no interior. Segundo, é muito cedo para um debate ter efetivo peso na campanha, já que a corrida às urnas apenas esquenta.
Cada assessoria diz que seu candidato ganhou. A turma do Karnak diz que Wellington ganhou pela posição elegante e nada agressiva. Os ocupantes do ninho tucano acreditam que Firmino venceu por ter apresentado propostas mais consistentes (e por ter sido pouco Firmino, isto é, abandonando a fala de ritmo irritante e o sorriso entre irônico e nervoso). Por seu lado, os mãossantistas vêem Mão Santa como o melhor por ter desmascarado especialmente “as mentiras” do governo estadual.
De qualquer forma, ganhou a democracia. Ainda que a audiência tenha sido limitada (pela política que não empolga mais tanto, pela hora e o canal), a discussão não deixa de lançar luzes sobre os candidatos. E daí é possível que muitos eleitores possam fazer reflexões importantes que gerem um posicionamento na hora de votar.

ALÉM DOS TRÊS - Na avaliação do debate de ontem, não se pode deixar de lembrar que a profesora Lourdes saiu existindo. Até então, ninguén sabia dela, nem do seu partido. No debate, foi notada: bateu no "governador mentiroso", no "prefeito creonça" que espanca professores e no ex-governador que não fez nada. Com jeitinho de anjo querubim, gaguejou e muitas vezes esqueceu de juntar uma idéia com outra na mesma frase. Mas vendeu seu peixe: a política é uma grande farsa, uma grande armação antes, durante e depois da eleição. Dessa forma, se colocou como uma pedra no sapato de todos os "grandes".
Sem dúvida, Lourdes também pode se considerar vencedora do debate.
Edna Nascimento também tira sua casquinha. Principamente por seguir o estilo Heloisa Helena, de ser sem parecer radical. Também se coloca como uma peda no caminho dos três concorrentes efetivos. Vai atirar para todo lado com a munição da ética e da seriedade na política.
Pode deixar alguns feridos no caminho.

quinta-feira, julho 13, 2006

Nazareno e Antônio José disputam primeira posição no PT

Tem gente na aliança governista apostando que Nazareno Fonteles terá mais votos que Antônio José Medeiros na disputa por uma vaga na Câmara Federal. Pode ser, mas ainda é cedo para se dizer quem leva a melhor nessa disputa interna.
O fato é que com a pulverização de alianças, é razoável supor que nenhuma aliança partidária ou partido isoladamente será capaz de eleger mais que quatro deputados federais. Três cadeiras já será um resultado próximo de excepcional.
Sem alianças concentrando votos pode-se assistir a algo inédito na política do Piauí: a derrota de um bom número de detentores de mandatos na Câmara Federal. Sim, porque antes a regra era essa: o sujeito era deputado federal e uma vez nessa condição apenas renovava o mandato. Em 2006, gente com mandato certamente vai ficar a ver navios.

PFL perde um homem de partido

O PFL pode estar a caminho de reduzir-se ainda mais depois das eleições. Não que seus líderes deixem de ter votos, mas porque o partido como instituição está perdendo respeito. Pior: está deixando escapar entre os dedos homens com elevado compromisso partidário. O nome mais significativo a apontar esta tendência é o de José Raimundo Bona Medeiros, ex-governador, ex-deputado estadual e duas vezes prefeito de Teresina.
Bona vai votar em Wellington Dias para governador. É um apoio de peso para o candidato á reeleição, nas apenas porque representa uma cidade importante - União - mas também porque o ex-governador é avistado por formadores de opinião como um homem probo e que não arreda pé de suas convicções, sobretudo as de caráter pessoal. Aliás, foram sua posições pessoais que certamente o moveram rumo ao palanque do atual governador.
Bona Medeiros, que preside em Teresina a seção do Instituto Tancredo Neves, jamais votaria em Mão Santa, que o destratou em 1995, logo após assumir o governo, durante uma festa de aniversário na casa do jornalista Amadeu Campos. Desde então, o ex-governador tem diferenças pessoais irresolvíveis com Mão Santa.
Sobraria o apoio a Firmino Filho, mas o espaço político junto ao candidato tucano está preenchido por adversários locais em União. Assim, sobrou-lhe o caminho do apoio a Wellington Dias.
O apoio que Bona oferece ao atual governador, sendo ele um homem de partido, sinaliza, pois, que o PFL terá que trabalhar muito depois da reeleição para recompor-se como um partido político que mereça este nome.

B. Sá aposta nos currais

Aliados bem próximos do deputado B. Sá avaliam que os danos do escândalo da gravação que quase custa a cassação do parlamentar não deve ter muito efeito na sua candidatura à reeleição. E que B. Sá pode voltar para um novo mandato sem muito problemas.
O cálculo da turma do ex-prefeito de Oeiras é que ele tinha muito pouco de voto de imagem, o chamado voto de opinião, daquelas pessoas que fazem uma avaliação crítica do caráter e da atuação do parlamentar. São votos quase que restritos a Teresina, onde a votação de Sá era pequenas. O escândalo envolvendo o parlamentar, assim, teria pouco efeito sobre a votação final, já que Sá não pode perder o que não tinha.
A avaliação do staff de Sá é que sua eleição depende mesmo de dois fatores: 1) os currais eleitorais mantidos à base de verbas federais e relações com as lideranças locais, que estão preservadas; 2) a coligação de B. Sá, que inclui PT e PTB. Essa coligação deve exigir uma votação mediana para garantir a vaga na Câmara Federal. E isso o deputado diz ser capaz de conseguir, repetindo performance nem extraordinária nem pífia de 1998 e 2002.
Assim, B. Sá repetiria feitos de gente como ACM, Jáder Barbalho e outros menos votados, de resistir aos escândalos e desgaste público, assegurando um novo mandato.
Tudo isso com as bênçãos dos grotões e dos currais.

terça-feira, julho 11, 2006

Mussa herda colégios de Moraes Souza

A desistência do deputado federal Antônio José Moraes Souza de disputar a reeleição agora é oficial. O estado de saúde do parlamentar não permite que enfrente uma disputa acirrada, que exigiria presença em tempo integral e viagens desgastantes sobretudo para sua condição física.
Boa parte dos colégios antes ligados a Moraes Souza já começam a mudar de mãos. E o maior herdeiro tem sido o deputado federal Mussa Demes.
Com os apoios que vem recebendo nos últimos dias, a eleição de Mussa é considerada tranqüila, devendo receber votação maior que em qualquer outra das cinco eleições que disputou desde 1986.

CONTA DO PFL: Dentro do PFL, as contas quanto à eleição para deputado federal são otimistas. Júlio César também é considerado eleito, já que mantém a maioria dos apoios de antes e alguns novos aliados. Além disso, tem a imagem de parlamentar atuante que pode render votos entre o chamado eleitorado solto. Há quem diga que pode repetir ou superar os 120 mil votos de 2002.
Por sua parte, Mainha vem somando importantes apoios (como o do prefeito de São João, Robert Paes Landim). As contas internas apontam para a eleição segura de Júlio e Mussa. E para a bastante razoável possibilidade de uma terceira cadeira na Câmara Federal, esta para Mainha.
É esperar outubro para conferir.

segunda-feira, julho 10, 2006

O Congresso, desde 1960

As duas charges aí são de Paulo Cangussu, retratando a evolução do Congresso Nacional, de sua inauguração em Brasilia (em 1960) aos dias de hoje. Guz, como é chamado, retrata a fase democrática, a militar, a militar de portas fechadas e a dos congressistas-cordeirinhos.
Uma sacada extraordinária, que só não dá para rir mais porque também dá para chorar. Afinal, qual a graça de ver um Congresso entregue a sanguessugas.
Outras charges de Guz você poder ver em seu blog pessoal:
http://paulocangussu.zip.net/index.html

Discurso, só discurso

O empresário João Vicente Claudino disse que não disputará a campanha com verba (o dinheiro do pai), mas com verbo. Conversa.
Me engana que eu gosto.

Dúvidas amornam início da campanha

A campanha eleitoral começou em banho-maria. Não por desinteresse dos candidatos, mas pelo temor das novas regras e do esforço da justiça eleitoral em ser rigorosa.
Pelas novas regras, qualquer material de campanha só pode ser feito depois que cada candidato abrir uma conta específica e registrá-la na Receita. Ocorre que nenhum candidato conseguiu a tal conta até agora.
Com medo de ser punido pela justiça, ninguém distribui cartaz, nem adesivo, nem sequer coloca carro de som na rua. Um dos raros a não ligar para a punição é o empresário João Vicente Claudino que, apesar de não ter conta registrada, já espalhou montes de adesivos e cavaletes pelas ruas.
DÚVIDAS – São muitas as dúvidas dos candidatos quanto à legislação deste ano e as possibilidades que ela deixa. Os advogados estão sendo consultados a cada momento. E estes, também desorientados, recorrem à justiça eleitoral. Muitas vezes não conseguem esclarecer plenamente suas dúvidas.
Algumas certezas:
Pessoal pago: Os envolvidos nas campanhas de forma gratuita devem oficializar a doação de seus serviços. Os remunerados devem ter carteira assinada.
Servidor público: estes só podem se dedicar às campanhas nos horários livres. Vale uma perguntinha: e quem busca a reeleição, pode fazer campanha no horário comercial?
Gráficos: Todo material gráfico da camanha deve ter o registro do CNPJ da empresa fornecedora do serviço.
Muro: Os muros ocupados por candidatos devem ser registrados como doações dos seus proprietários.

O custo das campanhas

Segundo a previsão dos candidatos, as eleições deste ano custarão o dobro das campanhas de 2002.
Mas isso não quer dizer que a campanha ficou mais cara, apesar das mudanças na legislação.
De fato, a legislação está obrigando os candidatos a declararem gastos que antes não lançavam nas prestações de contas.
Mesmo assim, as prestações de contas continuarão sendo peças de ficção, muito distantes da realidade dos caixas dois.

Niède vai embora de vez

A arqueóloga Niède Guidón vai embora de vez.
Depois de dedicar sua vida científica à criação de um parque de referência na Serra da Capivara, ela não suporta as querelas políticas que há anos obstaculizam seu trabalho.
Ao decidir passar seu trabalho para outras mãos, Niède faz duras críticas ao governador Wellington Dias, que politizou a relação com o núcleo científico da Serra.
Pode-se dizer, Niède colocou o Piauí no mapa científico mundial. O atual governo pode ajudar não a tirá-lo, mas a torná-lo menos crível.

domingo, julho 09, 2006

João Claudino, o cabo eleitoral

O empresário João Claudino está jogando com as armas que tem para atrair apoios para a candidatura de João Vicente. E tem visitado muitas lideranças municipais e deputados, cobrando apoio sem meias palavras. Um exemplo: esteve com o pai da prefeita Janaina Marques, lembrando que há dez anos deu suporte à candidatura da então jovem aspirante a mandatária de Joca Marques.
Sem meias palavras, João Claudino está cobrando reciprocidade.
A estratégia tem sido adotada de modo semelhante em várias frentes. Mas não significa dizer que só renda frutos. As querelas locais também estão afetando as intenções de Seu João. Em alguns municípios, a adesão de uma liderança significa de imediato o afastamento de outra.
E o que entra por um lado às vezes sai pelo outro.

sexta-feira, julho 07, 2006

Wellington, azar ou sorte com o vice?

O governador Wellington Dias apostou em João Henrique como seu vice, para confirmar a aliança com uma ampla fatia do PMDB. Perdeu João Henrique, com a derrota dos governistas na convenção peemedebista, mas manteve amplo apoio no partido. E, com a escolha de Wilson Martins, pode ter ficado com uma espinha menor. Isto é, com um vice com menor poder de provocar dados ao processo administrativo que Wellington venha a traçar num segundo mandato.
Para qualquer candidato, o vice ideal é um Osmar Júnior da vida, ou um José Alencar, no caso do plano federal. São nomes que traduzem uma certa simbologia (Osmar, de esquerda; Alencar, empresariado nacionalista) e não muito mais que isso.
Tanto Osmar quanto Alencar estão vinculados a bancadas pouco expressivas ou inexistentes (no caso de Osmar), tirando o poder de influência dentro do governo. Como vice, Osmar foi no primeiro governo Wellington um expectador. Expectador privilegiado, mas não mais que expectador.
Se João Henrique tivesse vencido a convenção do PMDB, Wellington teria um vice articulador e respaldado por uma bancada poderosa, maior que a do próprio PT. Se quisesse, poderia ter o governador como refém, ainda mais tendo em conta a perspectiva de assumir o cargo, já que vice em um segundo mandato. E para alimentar projetos políticos próprios, Wellington teria que ficar muito atento aos passos e interesses de João Henrique e da bancada do PMDB, à qual ficaria necessariamente atrelado.
Com Wilson Martins, o petista chegando a um segundo mandato terá um vice também articulado, que sonha alto e com influencia sobre muitos deputados da Assembléia. Mas não tem uma bancada própria capaz de fazer o governador refém. Não será um doce. Mas não será a pedreira que João Henrique poderia vir a ser, se assim desejasse.
O "azar" de Wellington, traduzido na perda da convenção do PMDB, pode ter sido de fato um fabuloso golpe de sorte.

Vice conta mesmo quando é para tirar voto

O jornalista Zózimo Tavares fez nos últimos dois dias análises interessantes sobre o peso dos vice em cada chapa. E disse que quem mais soma é Luis Meneses, o vice de Firmino Filho, o que gerou a contestação de Wilson Martins, o vice de Wellington Dias.
Também tenho uma opinião a respeito: pessoalmente, vice conta mesmo quando é para tirar voto. Basta lembrar o caso de José Paulo Bisol ou de Paulinho da Força.
Para somar, vice conta pelo poder de agregar apoios, pelo grupo que o leva ao posto. E na maior parte das vezes o nome do vice é só um representante desse grupo maior, sem grande apelo popular.
Claro, Wellington gostaria de ter o PMDB integralmente. Mas não teria nem que João Henrique tivesse vencido a convenção. Assim, o apoio peemedebista a Wellington não muda muito diante do resultado da convenção do partido. Sem o PMDB oficialmente coligado, a perda maior será mesmo a do tempo na TV. E Wellington ganha o astuto Wilson Martins, que além de tudo não será uma grande espinha num eventual segundo mandato.
Firmino gostaria (isso numa perspectiva de dois meses atrás) de ter Mainha como vice. Por Mainha? Não só. Mas sobretudo pelo apoio de Heráclito e do PFL. A coisa desandou e o tucano teve que buscar o apoio de Luis Meneses – um bom sujeito, articulador, mas instalado num PPS de pouca estatura. Quer dizer: não é o nome de um grande grupo de apoios.
Já Mão Santa soma com o PP tempo na TV, envolvimento dos candidatos proporcionais (favorecidos pela aliança) e o suporte de lideranças regionais que foram muito cobiçadas por PT e PSDB. Assim, Ciro Nogueira como vice é a tradução desse grupo.
É pra isso que vice serve.

Veja os comentários do Zózimo em www.diariodopovo-pi.com.br

quinta-feira, julho 06, 2006

Sandália da humildade para Firmino?

O jornalista Zózimo Tavares publicou a seguinte nota, em sua coluna no Diário do Povo:

Humildade
Quem apóia a candidatura de Firmino Filho está querendo que ele calce as sandálias da humildade para tirar o estigma de que ele é um candidato arrogante e petulante.
Um dos que exige isso é o seu candidato a vice, ex-prefeito de Piripiri, Luiz Meneses.

Fora do mercado
Ao ler a nota de Zózimo, um tucano com mandato comentou:
Difícil vai ser encontrar sapataria com o número dele.

Vários Davis e um Golias

Pode ser blefe. Mas as informações que chegam do staff da candidatura de João Vicente Claudino apontam para uma estrutura de campanha nunca vista no Piauí. Algumas informações são conhecidas e incontestáveis: o candidato tem uma gráfica enorme à disposição (para si e os aliados), uma produtora própria e a maior agência de publicidade do Estado.
Outras vão além da expectativa. Por exemplo: somente carros de som são 110. Qualquer outro candidato ficaria satisfeito em ter 10.
Tem mais: João Vicente não se contentou em ter tamanha estrutura local. E contratou consultores políticos de fora, gente para cuidar de sua imagem e de seus programas no rádio e TV.
Vai ser páreo duro. Duríssimo!!!

Mão Santa é amor e ódio

Incrível a posição de Mão Santa. É rechaço absoluto ou adesão sem ressalvas.
Não há meios termos. Mas o certo é que a candidatura do peemedebista está forte, abalando a antes tranqüila perspectiva de vitória de Wellington Dias.
Os analistas de plantão já não se atrevem a fazer prognósticos tão seguros.

terça-feira, julho 04, 2006

Erros de comunicação

O Governo do Estado precisa cercar-se de certos cuidados. Um deles é com a comunicação. O erro de adquirir as primeiras páginas dos jornais, colocando anúncios em vez de notícias, excedeu e mostrou certo ar de pedantismo e arrogância. O que de maior produziu foi o aumento da desconfiança justa que a oposição deve ter em relação a gastos com publicidade.
Hoje, o governador Wellington Dias ocupou grande espaço na TV Cidade Verde para uma entrevista. O apresentador Amadeu Campos tomou o cuidado de dizer que ele falava “como governador”, como se fosse possível dissociá-lo da condição de candidato já homologado em convenção.
Ações de comunicação que mais alvoroçam os adversários que causam impactos positivos na audiência devem ser sempre desconsiderados. É uma regra de ouro que se não for respeitada engole quem a ignora.

Firmino quer ser não a terceira, mas a primeira via

Firmino Filho está confiante de que, como terceira via pode terminar em primeiro. Ele me disse hoje no final da tarde que já tem palanque próprio em 30 dos 36 maiores municípios do Estado. Corre por fora, mas não sem tática e estratégia. Acha que Wellington e Mão Santa devem se digladiar na ponta e esquecê-lo. Se assim agirem, ele pode ser a cunha entre os dois. Para Firmino, uma campanha alegre, capaz de contagiar boa parte da população não apenas vai colocá-lo no segundo turno, como também garantir que no dia 1º de janeiro de 2007 seja ele o homem a entrar como principal personagem da festa que se fará para a posse do novo governador.
O ex-prefeito está confiante e vai somando apoios dos mais variados calibres. Para ele, qualquer voto é bem vindo. E está certo ao pensar assim, porque numa eleição em dois turnos a principal operação matemática é a soma.