Em Picos, desencanto como em todo canto
Estou em Picos. Fazia uma meia dúzia de anos ou mais que não vinha a este pedaço do Piauí. Sorte que aqui mora um povo absurdamente trabalhador, porque os políticos da região estão abaixo da média já muito baixa dos políticos brasileiros. Por isso mesmo, com as pessoas com quem conversei - gente do povo, nenhum com diploma superior - o que percebi claramente foi desencanto com a política.
No final da manhã, depois de ter dado entrevista a uma emissora local para falar sobre a importância do Ofício do Ministério Público do Trabalho na cidade, fui andar pelas ruas apinhadas de gente. Parei aqui e ali e ouvi opiniões. Mas foi no mercado local que colhi a melhor delas, de um comerciante, que ainda vende feijão, milho e farinha de mandioca no prato - medida equivalente a dois litros.
Ele disse para mim que não acredita que possa haver políticos honestos. Há uma impossibilidade pelo fato de que quem não se deixa contaminar é expelido do sistema. Para o comerciante, se ele fosse um homem desonesto, seu empregado o seria. Teoria do espelho, do exemplo. Adorei meus 15 minutos de conversa com ele.
O desencanto do homem era algo muito visível, muito sincero e, ruim para a boa política (?), traço comum em quase todas as conversas que mantive na cidade com gente do povo. Votar passou a ser um estorvo para muitos. Assim, podem até optar pelo pior só por achar que não vale a pena o menos ruim ou o que melhor se apresenta. Um risco, enfim.
Esse comportamento de desencanto que vi em Picos é comum no país todo, infelizmente. E numa democracia, o maravilhoso processo de escolha pode, infelizmente, gestar coisas piores. Hitler começou assim, lembrem-se. Chavez, o ditador disfarçado de pai dos pobres na Venezuela, também. E outros tantos podem vir depois. Bom mesmo é que políticos com o mínimo de compromisso façam algo para pôr fim ao desencanto. Poderiam começar sendo mais firmes para punir a patifaria de seus pares.
No final da manhã, depois de ter dado entrevista a uma emissora local para falar sobre a importância do Ofício do Ministério Público do Trabalho na cidade, fui andar pelas ruas apinhadas de gente. Parei aqui e ali e ouvi opiniões. Mas foi no mercado local que colhi a melhor delas, de um comerciante, que ainda vende feijão, milho e farinha de mandioca no prato - medida equivalente a dois litros.
Ele disse para mim que não acredita que possa haver políticos honestos. Há uma impossibilidade pelo fato de que quem não se deixa contaminar é expelido do sistema. Para o comerciante, se ele fosse um homem desonesto, seu empregado o seria. Teoria do espelho, do exemplo. Adorei meus 15 minutos de conversa com ele.
O desencanto do homem era algo muito visível, muito sincero e, ruim para a boa política (?), traço comum em quase todas as conversas que mantive na cidade com gente do povo. Votar passou a ser um estorvo para muitos. Assim, podem até optar pelo pior só por achar que não vale a pena o menos ruim ou o que melhor se apresenta. Um risco, enfim.
Esse comportamento de desencanto que vi em Picos é comum no país todo, infelizmente. E numa democracia, o maravilhoso processo de escolha pode, infelizmente, gestar coisas piores. Hitler começou assim, lembrem-se. Chavez, o ditador disfarçado de pai dos pobres na Venezuela, também. E outros tantos podem vir depois. Bom mesmo é que políticos com o mínimo de compromisso façam algo para pôr fim ao desencanto. Poderiam começar sendo mais firmes para punir a patifaria de seus pares.
1 Comments:
Grande Cláudio!
Muito oportuna sua reflexão sobre a maneira como o homem simples do nosso Estado encara a política. É mesmo lamentável que o desencanto e a inércia tenham tomado conta do processo, impedindo a renovação das lideranças políticas no Piauí.
Grande abraço,
Gustavo
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