sexta-feira, julho 21, 2006

Pesquisa mostra força de Hugo

Certamente os tucanos devem estar arrependidos. A pesquisa IPOP divulgada pelo jornal Meio Norte mostra o quanto Hugo Napoleão está bem na disputa pelo Senado. Tem o dobro do segundo e terceiro colocados: Hugo aparece com 36,7% das intenções de votos, contra 18,8% de João Vicente Claudino e 17,2% de Freitas Neto. Ari Magalhães, cuja candidatura é vista como um instrumento das intenções de João Vicente, tem apenas 3%.
O desempenho de Freitas mostra que o PSDB patina também para o Senado. E que o cálculo de Firmino quanto à aliança com Hugo foi certamente um grande erro de cálculo.
A pesquisa revela especialmente a força de Hugo, um candidato que faz campanha de poucos recursos, comparada com o enorme suporte financeiro do rapaz do Armazém Paraíba.
A pesquisa já traz o sentimento dos primeiros momentos da campanha, quando o dono do Paraíba invadiu as ruas com milhares de cavaletes e propaganda sofisticada. Também reflete as aparatosas andanças pelo estado inteiro, sempre com enorme parafernália de comunicação. Pelo menos até agora, os recursos financeiros não têm feito diferença.
Uma das surpresas dessa eleição é um dos dados referentes a João Vicente: apesar de nunca ter ocupado nenhum cargo de relevo (foi secretário de Industria e Comércio sem brilho e chegou a vice-presidente do grupo do pai, depois substituído pela irmã), João Vicente tem uma rejeição equivalente a quem já ocupou postos como o governo do Estado.
O resultado da sondagem do IPOP dá a dica desta campanha: o carisma de Hugo deve ter um peso muito grande nesta eleição em que os comícios com artistas não existirão e, portanto, não poderão desempenhar a função de arrastar multidões.
As esperanças dos dois outros candidatos de alguma forma competitivos devem residir especialmente na propaganda eleitoral no rádio e TV. Outra vez João Vicente gasta muito, bem acima dos concorrentes: contratou equipe de marketeiros de fora, que se soma à já importante e criativa equipe da Sucesso, agência de propaganda do grupo do Armazém Paraíba.

1 Comments:

Blogger Glória Leite said...

Ombudsman de novo

Volto a citar o ombudsman da Folha. Para quem achar que o cito demais, quero explicar que esse cavalheiro é o profissional que o jornal escolheu para analisar-lhe o trabalho e oferecer sugestões de eventuais correções de rota e retificações de erros. Daí vem o previsível argumento do jornal quando é criticado por seu ombudsman, o de que, além de O Povo, é o único jornal brasileiro a pagar alguém para criticá-lo. A mim parece um argumento pífio. Contratar alguém para criticar seu trabalho pode não ser comum no Brasil, mas não chega a ser exatamente uma novidade - espero que todos saibam disso. Em montes de países o ombudsman é uma figura comum. E não só em jornais. O que importa é se o profissional critica ou não - e como critica - o veículo. E se critica, é de se supor que deveria ser ouvido, e sua crítica, no mínimo, não poderia ser desqualificada, ficar por isso mesmo.

Bem, então vejam o que o ombudsman da Folha, Marcelo Beraba, escreveu hoje (21/7), repetindo crítica que já havia feito ontem:

"Sanguessugas - A Folha continua a divulgar nomes de parlamentares supostamente envolvidos com o esquema de fraudes na compra de ambulâncias sem confirmação oficial da CPI ou do Ministério Público Federal ("Empresário afirma ter pago propina a mais 3 governistas", pág. A5).Não há verbo mais perigoso, em se tratando de reportagem com acusações, do que o verbo "ligar" _como está no título da página A4 de hoje, 'Empresário liga governo do PT no Piauí a sanguessugas'."

Agora peço que se lembrem qual foi o argumento de toda a imprensa (Folha incluída) para não ter divulgado a Lista de Furnas (que acusa Alckmin e Serra) assim que ela surgiu, tendo demorado meses para publicar o material. Lembraram-se? Não? Bem, arquivos de jornais e sites da internet com essa afirmação da imprensa estão aí para serem pesquisados. E o tal "argumento" é o de que não havia "provas" de que a Lista era verdadeira e que, por isso, só no momento em que o Ministério Público e as CPIs tratassem do assunto ele poderia ser noticiado. No entanto, a crítica do ombudsman da Folha é justamente a de que esse critério usado pela imprensa para a Lista de Furnas não valeu para denunciar petistas que não foram acusados nem por CPI nem pelo MP no caso dos Sanguessugas.

Puxa, mas então está provado que a imprensa usa dois pesos e duas medidas para acusar petistas e tucanos, certo?


Escrito por Eduardo Guimarães às 19h01

http://edu.guim.blog.uol.com.br/

22/7/06 03:52  

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