sexta-feira, janeiro 26, 2007

Melhor é ficar na oposição

Robert Rios acaba de sinalizar que o melhor lugar para fazer política no Piauí é na oposição. Ele tem razão. Com tanta gente aderindo ao governo, os espaços se reduzem a ponto de não comportar a todos. O resultado é que quem fica com o governo pouco pode fazer e nada pode prometer. Na oposição, pode-se oferecer algo ilimitado, que é a esperança.
O governo grande demais e com toda essa heterodoxia ideológica corre o risco de tornar-se antipatizado pela população e, pior ainda, ineficiente para atender a enorme quantidade de demandas - não necessariamente as demandas corretas.
Como é difícil atender a todos, o governo pode se perder já no começo do caminho de quatro anos que está percorrendo. Como há gente demais a atender, haverá sempre gente não satisfeita.
O número de insatisfeitos, aliás, já é tão grande que o murmúrio dessa gente começa a virar grito ensurdecedor. Robert Rios, cuja língüa não consegue ficar quieta, é apenas mostra da barulheira. Mas tem gente quieta que faz do silêncio um grito muito maior do que o tagarela deputado estadual comunista. Um exemplo: João Vicente Claudino. O senador eleito pouco fala, mas o que ele não fala se escuta bastante.
Se há uma insatisfação generalizada, tanto pior para o PT. Para Wellington Dias as coisas seguem bem. Ele não pode mais ser reeleito e daqui a quatro anos pode tentar ser senador. Seu partido, entretanto, vai para a disputa sem o refresco da caneta companheira e, pior, com arestas irremovíveis contra os aliados de agora.