terça-feira, novembro 21, 2006

Inegociável é a competência

O Partido dos Trabalhadores criou um adjetivo nessa guerra em que se transformou a ocupação de nichos no governo de Wellington Dias: pastas inegociáveis. Com apetite crescido e uma gana por cargos que se espalha como virose letal, os petistas incluíram a Cepisa na lista das "inegociáveis", uma empresa que agoniza e precisa mesmo é de uma gerência competente, não de um indicado por filiação ou ideologia partidária.
Parece-me razoável supor que, não querendo abrir espaços para os aliados, o PT tenha em seus quadros tudo o que não enxerga nos adversários: competência, votos e postura ética irrepreensível. Como não acredito que não haja no PT essa excelência toda, acredito que sobra pedantismo e arrogância, mas há uma falta generalizada de humildade para aceitar que o partido não ganhou a eleição sozino nem que tenha o monopólio da competência e da honestidade.
Em um Estado que no ano passado teve redução do ritmo de expansão da economia (ninguém no governo ou na mídia viu isso?), inegociável é competência para gerir os recursos público e melhor aplicar as energias em favor de desenvolvimento econômico duradouro.
Há entre os petistas mais arejados os que raciocinam dessa maneira: o governo é de coalização e deve seguir planos e metas comuns não ao PT ou a qualquer outro partido, mas aos interesses do Estado. Infelizmente, essa gente de bom senso está cada vez mais parecida com São João Batista, o Evangelista, que pregava no deserto.