A raiva do PT contra a mídia
Gilberto Dimenstein
Folha On Line, 31.10.2006
Lula eleito, militantes do PT apontaram, esfuziantes, que os meios de comunicação estavam entre os derrotados; alguns deles chegaram mesmo a hostilizar raivosamente os jornalistas. Refletem as reclamações de Lula e de muitos de seus assessores.
Interessante essa manifestação: tantos anos depois de neutralizados os militares, ainda não se tem claro, em vários setores, o papel da imprensa. O que só revela um cacoete autoritário.
Não vou negar que algumas reportagens e mesmo veículos de comunicação cometeram erros e exageros. Mas, no geral, os jornalistas fizeram o que tinha mesmo de fazer: vasculhar e incomodar o poder. E o fato é que o PT deu sobras de motivos para ser vasculhado na questão ética e administrativa.
Na oposição, o PT foi um beneficiário dessa atitude dos meios de comunicação. Muitos de seus dirigentes, a começar de Lula, estavam sempre à frente dos ataques contra os deslizes e roubalheiras. O PT cresceu, entre outras razões, por que vendeu a imagem (até certo ponto correta, vamos reconhecer) de limpeza, mas depois, no poder, não soube separar o público do privada.
É fundamental que os dirigentes do partido e seus representantes do governo sejam responsáveis e não permitam que se desmoralize ou se afete a importância da liberdade de imprensa.
Texto disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult508u330.shtml
O sonho com o Diário Oficial
Pelo jeito, imprensa é que nem pesquisa: só presta quando está a favor da gente. Quando não está, é comprada, é tendenciosa, é manipulada.
Pois bem: do jeito que criticam a imprensa nacional por ser razoavelmente crítica, os petistas adoram a imprensa piauiense, em geral rasgadamente subserviente. Nem um pouco crítica.
Dá pra entender?
Eu, cá comigo, sigo o ensinamento de mestre Millôr, para quem não existe imprensa a favor de governo.
Não quer dizer que tenha que ser contra. Mas tem que ser vigilante, crítica.
E isso os governistas do momento não parecem querer entender. Ou aceitar.
Repetem os erros de governos anteriores também nesse quesito.
Folha On Line, 31.10.2006
Lula eleito, militantes do PT apontaram, esfuziantes, que os meios de comunicação estavam entre os derrotados; alguns deles chegaram mesmo a hostilizar raivosamente os jornalistas. Refletem as reclamações de Lula e de muitos de seus assessores.
Interessante essa manifestação: tantos anos depois de neutralizados os militares, ainda não se tem claro, em vários setores, o papel da imprensa. O que só revela um cacoete autoritário.
Não vou negar que algumas reportagens e mesmo veículos de comunicação cometeram erros e exageros. Mas, no geral, os jornalistas fizeram o que tinha mesmo de fazer: vasculhar e incomodar o poder. E o fato é que o PT deu sobras de motivos para ser vasculhado na questão ética e administrativa.
Na oposição, o PT foi um beneficiário dessa atitude dos meios de comunicação. Muitos de seus dirigentes, a começar de Lula, estavam sempre à frente dos ataques contra os deslizes e roubalheiras. O PT cresceu, entre outras razões, por que vendeu a imagem (até certo ponto correta, vamos reconhecer) de limpeza, mas depois, no poder, não soube separar o público do privada.
É fundamental que os dirigentes do partido e seus representantes do governo sejam responsáveis e não permitam que se desmoralize ou se afete a importância da liberdade de imprensa.
Texto disponível em: http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/ult508u330.shtml
O sonho com o Diário Oficial
Pelo jeito, imprensa é que nem pesquisa: só presta quando está a favor da gente. Quando não está, é comprada, é tendenciosa, é manipulada.
Pois bem: do jeito que criticam a imprensa nacional por ser razoavelmente crítica, os petistas adoram a imprensa piauiense, em geral rasgadamente subserviente. Nem um pouco crítica.
Dá pra entender?
Eu, cá comigo, sigo o ensinamento de mestre Millôr, para quem não existe imprensa a favor de governo.
Não quer dizer que tenha que ser contra. Mas tem que ser vigilante, crítica.
E isso os governistas do momento não parecem querer entender. Ou aceitar.
Repetem os erros de governos anteriores também nesse quesito.
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