quinta-feira, outubro 26, 2006

O apoio de Lula a Roseana é político, não eleitoral

Roseana Sarney apareceu nas primeiras páginas dos jornais de Teresina e também em alguns jornalões nacionais de mãos erguidas com Lula. O presidente foi a Timon dar apoio à senadora pefelista, que tenta pela terceira vez chegar ao Governo do Maranhão, só que agora com uma dificuldade grande para convencer o eleitor e vencer a disputa.
Existe uma grande possibilidade da filha mais famosa do senador Sarney chegar no domingo sem a taça de vencedora, pondo fim a 41 anos de vitórias seguidas do seu pai. Nem mesmo a presença de Lula, o vermelho de suas peças de campanha, colada na de Lula e o esforço do pai parecem comover os eleitores maranhenses. Roseana está atrás nas pesquisas, com gigantescas desvantagens em cidades maiores, sobretudo São Luís e Imperatriz.
Com a iminente derrota de Roseana, por que o presidente Lula teria ido apoiá-la, criando problemas com a seção petista maranhense, que apóia Jackson Lago (PDT)? O apoio do presidente à senadora pefelista foi explicado pelo próprio como uma questão de gratidão, de lealdade a uma política que, em 2002, desde a primeira hora, esteve com ele.
Razoável se imaginar que o apoio do Lula a Roseana não é eleitoral, ou seja, com o objetivo de desbancar Jackson Lago, aparentemente beneficiado por um efeito manada, aquele em que o eleitorado muda de lado aos montes. O apoio presidencial, neste caso, seria político e pode ter um sentido de assegurar a lealdade de Sarney, da própria Roseana e de outros congressistas controlados pelo ex-presidente. Assim, mesmo não podendo transferir sua imensa massa de votos para Roseana (até porque no Maranhão as duas partes em disputa votam nele), Lula assegura que em seu segundo mandato disporá de um apoio parlamentar nada desprezível, representado peça bancada sarneysista.