O presidente que virou candidato
Ricardo Noblato
Publicado no Blog do Noblat, em 09.10.2006
Menos de 24 horas depois do debate de ontem à noite na TV Bandeirantes, Lula reconheceu que foi surpreendido por um Alckmin agressivo, brigador e que não o deixou respirar sossegado um só instante. Promete se preparar melhor para as próximas ocasiões.
É recomendável que se prepare, sim.
Lula compareceu ao debate como presidente da República - e, como tal, imaginou que seria tratado. Saiu dali como candidato - favorito ainda, mas candidato. Alckmin entrou no debate como o anti-Lula, escalado por seus pares apenas para cumprir tabela e perder a eleição.
Saiu com pinta de presidente - embora possa ser derrotado ao final.
A composição da audiência do debate - de qualquer um - é diferente da composição do eleitorado. Não dá, pois, para dizer que o vencedor de um debate ganhou menos ou mais votos. A não ser que ele nocauteie o adversário.
O desempenho de Alckmin foi melhor do que o de Lula, especialmente nos dois primeiros dos cinco blocos do debate. Alckmin foi para cima o tempo todo e Lula tratou de se defender o quanto pôde, desferindo golpes aqui e acolá.
O maior mérito de Alckmin foi impedir que Lula conseguisse impor sua agenda de discussão - comparar os resultados de quatro anos de governo com os oito do seu antecessor. Para completar, Alckmin impos a dele - a corrupção no governo Lula.
Ficou demonstrado mais uma vez que Lula é bom de palanque - só é bom de televisão quando consegue ler com naturalidade o que outros escrevem. Alckmin falou para quem estava em casa.
Lula, para o próprio Alckmin e para quem estava no estúdio.
A partir de um certo momento do debate, Lula passou a jogar para segurar os votos que tem. Foi quando tentou colar a imagem de Alckmin à imagem do governo anterior que "vendeu o patrimônio nacional para pagar dívidas". E foi também quando martelou a idéia de que seu governo cuidou melhor dos pobres.
Alckmin jogou o tempo todo de olho nos eleitores indecisos e naqueles que ainda admitem mudar seu voto. O alvo preferencial de Alckmin foi o eleitor do Sul, Sudeste e Centro-Oeste - algo como 66% do total de eleitores.
Se Lula tivesse dado ontem um passeio em cima de Alckmin, a eleição teria terminado na prática. Como ficou em desvantagem, a eleição continuará.
Texto disponível em:
http://noblat1.estadao.com.br/noblat/index.html
Publicado no Blog do Noblat, em 09.10.2006
Menos de 24 horas depois do debate de ontem à noite na TV Bandeirantes, Lula reconheceu que foi surpreendido por um Alckmin agressivo, brigador e que não o deixou respirar sossegado um só instante. Promete se preparar melhor para as próximas ocasiões.
É recomendável que se prepare, sim.
Lula compareceu ao debate como presidente da República - e, como tal, imaginou que seria tratado. Saiu dali como candidato - favorito ainda, mas candidato. Alckmin entrou no debate como o anti-Lula, escalado por seus pares apenas para cumprir tabela e perder a eleição.
Saiu com pinta de presidente - embora possa ser derrotado ao final.
A composição da audiência do debate - de qualquer um - é diferente da composição do eleitorado. Não dá, pois, para dizer que o vencedor de um debate ganhou menos ou mais votos. A não ser que ele nocauteie o adversário.
O desempenho de Alckmin foi melhor do que o de Lula, especialmente nos dois primeiros dos cinco blocos do debate. Alckmin foi para cima o tempo todo e Lula tratou de se defender o quanto pôde, desferindo golpes aqui e acolá.
O maior mérito de Alckmin foi impedir que Lula conseguisse impor sua agenda de discussão - comparar os resultados de quatro anos de governo com os oito do seu antecessor. Para completar, Alckmin impos a dele - a corrupção no governo Lula.
Ficou demonstrado mais uma vez que Lula é bom de palanque - só é bom de televisão quando consegue ler com naturalidade o que outros escrevem. Alckmin falou para quem estava em casa.
Lula, para o próprio Alckmin e para quem estava no estúdio.
A partir de um certo momento do debate, Lula passou a jogar para segurar os votos que tem. Foi quando tentou colar a imagem de Alckmin à imagem do governo anterior que "vendeu o patrimônio nacional para pagar dívidas". E foi também quando martelou a idéia de que seu governo cuidou melhor dos pobres.
Alckmin jogou o tempo todo de olho nos eleitores indecisos e naqueles que ainda admitem mudar seu voto. O alvo preferencial de Alckmin foi o eleitor do Sul, Sudeste e Centro-Oeste - algo como 66% do total de eleitores.
Se Lula tivesse dado ontem um passeio em cima de Alckmin, a eleição teria terminado na prática. Como ficou em desvantagem, a eleição continuará.
Texto disponível em:
http://noblat1.estadao.com.br/noblat/index.html
1 Comments:
Geeeeente, o desânimo bateu em voces, foi? Que que é isso, meu. Força. Nós precisamos da oposição (mas não canibal) para vigiar o nosso querido Lula.
Tem tempo que vocês nada escevem ou postam no blog de vocês. Coragem. Não desanimem. Cadê mesmo o mão safada?
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