O mar de enseada de Lula e o tsunami da classe média
Amigos meus têm sugerido que o Tribunal Superior Eleitoral deveria adotar providências para impedir que os 12 milhões de brasileiros atendidos pelo Bolsa Família (bolsa esmola, na visão deles) sejam descrendenciados como eleitores. Acham que seria justo fazê-lo porque Lula está usando os programas para turbinar seus votos. Pode ser que sim.
Um desses amigos, Norbelino Lira de Carvalho, é ainda mais radical: quer ver na Constituição a proibição de voto a quem recebe programa de transferência de renda. Disse a ele que tal idéia é discriminatória e que a Constituição não pode criar cidadãos de segunda categoria. Num país democrático não existem cidadãos de segunda linha, embora isso cada vez mais pareça um lirismo.
A eleição transcorrerá dentro do preceito mais elementar de escolha da maioria: um homem, um voto. Assim, o voto de um Ermírio de Moraes valerá tanto quanto de um usuário do Bolsa Família. O problema é que são poucos os Ermírio e muitos os "bolsistas" de Lula. Milhões, para sermos exatamente justos. Aí talvez a idéia plutocrata de meus amigos possa ser vista com algum grau de razoabilidade.
Mas se Lula navega em mar de enseada nesta reta final de campanha - com possibilidade de vitória já, a despeito do esforço dos debilóides petista em contrário - há uma maré de insatisfação contra ele. Uma maré que funciona mais ou menos como uma tsunami: vem forte, sem ser vista, com uma energia destruidora como poucos fenômenos sísmico-climáticos. Chega na praia e faz o mar parecer plácido, para depois revoltar-se em uma onda gigantesca que destrói tudo à sua frente.
Essa maré está na internet e é alimentada com voracidade pela classe média, que se divorciou do presidente e de seus ideais deixados ao longo do caminho nestes quarenta e quatro meses de mandato. São páginas e mais páginas de críticas ou de puro deboche publicadas ou reenviadas por e-mail. Algo bastante grande para impressionar, para preocupar quem cada vez mais precisa angariar apoio popular.
Os números das pesquisas de opinião indicam claramente uma vitória de Lula no primeiro turno. Conforme já se disse acima, ele navega em mar de enseada, mas é sempre bom lembrar que um dos mais claros sinais da tsunami é o sumiço das ondas, é a placidez repentina do mar. Por baixo, há efervescência.
Se eu fosse Lula, estava tomando muito cuidado.
Um desses amigos, Norbelino Lira de Carvalho, é ainda mais radical: quer ver na Constituição a proibição de voto a quem recebe programa de transferência de renda. Disse a ele que tal idéia é discriminatória e que a Constituição não pode criar cidadãos de segunda categoria. Num país democrático não existem cidadãos de segunda linha, embora isso cada vez mais pareça um lirismo.
A eleição transcorrerá dentro do preceito mais elementar de escolha da maioria: um homem, um voto. Assim, o voto de um Ermírio de Moraes valerá tanto quanto de um usuário do Bolsa Família. O problema é que são poucos os Ermírio e muitos os "bolsistas" de Lula. Milhões, para sermos exatamente justos. Aí talvez a idéia plutocrata de meus amigos possa ser vista com algum grau de razoabilidade.
Mas se Lula navega em mar de enseada nesta reta final de campanha - com possibilidade de vitória já, a despeito do esforço dos debilóides petista em contrário - há uma maré de insatisfação contra ele. Uma maré que funciona mais ou menos como uma tsunami: vem forte, sem ser vista, com uma energia destruidora como poucos fenômenos sísmico-climáticos. Chega na praia e faz o mar parecer plácido, para depois revoltar-se em uma onda gigantesca que destrói tudo à sua frente.
Essa maré está na internet e é alimentada com voracidade pela classe média, que se divorciou do presidente e de seus ideais deixados ao longo do caminho nestes quarenta e quatro meses de mandato. São páginas e mais páginas de críticas ou de puro deboche publicadas ou reenviadas por e-mail. Algo bastante grande para impressionar, para preocupar quem cada vez mais precisa angariar apoio popular.
Os números das pesquisas de opinião indicam claramente uma vitória de Lula no primeiro turno. Conforme já se disse acima, ele navega em mar de enseada, mas é sempre bom lembrar que um dos mais claros sinais da tsunami é o sumiço das ondas, é a placidez repentina do mar. Por baixo, há efervescência.
Se eu fosse Lula, estava tomando muito cuidado.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home