sexta-feira, junho 30, 2006

Comunicação exagerada e ineficiente

O governador Wellington Dias deve colocar as barbas de molho: seus índices de popularidade são incompatíveis com o tamanho da verba de publicidade que manipula.
Nunca nenhum governo do Piauí gastou tanto em publicidade. Mesmo assim, Wellington não rompe a barreira dos 40% de intenção de voto. É pouco. Muito pouco.
Além disso, Wellington vem cometendo erros graves na política de comunicação - se é que há uma política de comunicação. A orientação do Karnak nesta área é de fato a de cerceamento da possibilidade de manifestação do contraditório. Isso é, além de antidemocrático, um equívoco. Não há voz única que sobreviva numa época de Internet e outros recursos. Nem ao espaço da propaganda eleitoral.
O esforço do governo petista de controlar a mídia e estabelecer a voz única ficou patente nesta sexta-feira, quando os três principais jornais foram embalados com a mesma propaganda do governo, variando apenas pela logo de cada periódico.
Esse tipo de propaganda presta um desserviço à democracia, além de evidenciar a submissão dos jornais. E escancarar a miopia da comunicação oficial.
Aliás, olhando para os índices de popularidade de Wellington, dá para concluir: ou a propaganda mostra coisas que o governo não fez, ou mostra de forma tão exagerada que se revela enfadonha e contraproducente.

CONTROLE TOTAL - Acompanho eleição no Piauí desde 1988. E nunca a imprensa esteve tão controlada. Mesmo em 1990 havia o lado do sim e do não. Agora o governo se esforça para ter apenas o lado do amém.
Essa voz única tende a ser desmascarada no período da propaganda eleitoral, quando o contradito aparecerá. E no quadro cor de rosa pintado pelo governo aparecerão os pingos negros. Que por menores que sejam parecerão enormes, revelando a burrice de uma política de c0municação que tenta mostrar o governo como se fosse perfeito.
Perfeição não existe, pelo menos nas obras humanas. E isso a política de comunicação do governo ainda não se deu conta.

Silvio Mendes, o nome de 2010

Dentro do PSDB há um sentimento de que o partido entra numa campanha perdida.
E, falando baixinho, dizem que Firmino Filho deixou o cavalo passar pela segunda vez. E que outra oportunidade será difícil.
Em 2010, o tucano de plantão tende a ser Silvio Mendes, na metade de um bastante provável segundo mandato. Até mesmo o ar anti-político de Silvio deve funcionar à perfeição junto a um eleitorado descrente dos políticos tradicionais e desejoso de transparência e retidão.
Daqui a quatro anos, Firmino poderá não ser chamado a montar o cavalo eleitoral - pelo menos o que trota rumo ao Karnak.

Chapa de Wellington com aval do prefeito

Na véspera da convenção do PT, o governador Wellington Dias chamou o deputado Wilson Martins. Avisou ao dono do PSB que seu nome enfrentava algumas resistências para ser indicado vice na chapa. As resistências estavam especialmente na ala governista do PMDB.
Wellington pediu Wilson que contornasse essas arestas.
Mas ele preferiu outro caminho. Ligou para o prefeito Silvo Mendes e teve do tucano a garantia de que apoiará Wellington num segundo turno contra Mão Santa. Com esse capital no bolso, Martins voltou ao governador, quem nem titubeou em confirmá-lo como companheiro da chapa.

SEGUNDO TURNO - Essa é a tendência: que o PSDB apóie Wellington, fugindo de Mão Santa. Mas o quadro pode não ser tão simples no segundo turno.
Pessoalmente, Silvio Mendes não tem nenhum motivo para sufragar Mão Santa. Mas a posição do PSDB deve ser definida em função do quadro nacional. Se houver segundo turno entre Lula e Geraldo (ex-Alckmin), os tucanos serão obrigados a fortalecer seu candidato a presidente, votando contra o PT. Nesse quadro não tão fora de perspectiva, Mão Santa pode ser favorecido.
No caso de não haver segundo turno para presidente, Wellington tende a levar o páreo. Com a ajuda do tucanato.

Heráclito culpa Firmino por um fracasso que também ajudou a construir

O senador Heráclito Fortes depositou sobre o tucano Firmino Filho os desacertos de seu partido, que de maior agremiação partidária no Estado corre celeremente para se tornar um zumbi, um fantasma que anda, um morto-vivo.
Para o senador, em declarações emocionadas feitas durante a convenção do PFL, foi Firmino o responsável pelo melancólico final de um casamento que nunca daria certo.

Fala Heráclito Fortes: "Ele (Firmino) foi inoportuno, precipitado. Foi humilhante para o partido. Eles fizeram pesquisa na calada da noite e mesmo assim deu Hugo Napoleão na frente na capital e no interior. Não tinha mais fidelidade e lealdade na coligação. Não se explicam estes vetos freudianos e não se explica a frustração ou este desejo incontido".

Impressionante a fala do senador, que disse assumir os erros nas negociações com os tucanos - ou mais precisamente com o ex-prefeito. Fica a impressão de que Heráclito foi enganado em sua boa-fé, que nada sabia, que era assim uma espécie de Lula piauiense. Não é razoável crer que tenha sido apenas isso. Heráclito, como qualquer homem inteligente e sagaz (qualidades que ele tem de sobra) sabia sim do que estava ocorrendo, dos riscos de uma aliança em que todas as arestas não foram devidamente aparadas. Se nada fez pecou por omissão.

Mesmo assumindo a culpa por este desastre em que o PFL se meteu, Heráclito transfere a responsabilidade para o ex-prefeito. Pode ser que no fragor da hora isso impressione os convencionais e candidatos do PFL, mas na hora em que for o pescoço deles a ser oferecido em sacriício no altar eleitora, será para o líder que os sacrificados vão mandar a fatura ou direcionar a raiva.

Mula sem cabeça

Os tucanos não perdoam. Desde ontem espalham que a chapa do PFL a chapa mula sem cabeça, numa alusão ao fato de o partido não ter conseguido um "voluntário" para ser candidato a governador.

quarta-feira, junho 28, 2006

Ministérios viram comitês eleitorais

Ministros executam tarefas eleitorais e ferem lei:
Remunerados pelo contribuinte, ministros e auxiliares diretos de Lula vêm executando tarefas eleitorais no horário do expediente. A prática é proibida pela legislação.
Funcionários públicos a serviço de engrenagens eleitorais -comitês de campanha, partidos ou coligações- são obrigados a pedir licença de seus cargos.
Pelo menos dois ministros vêm executando tarefas ligadas à campanha reeleitoral de Lula: Tarso Genro (Relações Institucionais) e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência).
O mesmo ocorre com Marco Aurélio Garcia, assessor especial da presidência da República para assuntos internacionais.
Matéria completa no Blog do Josias Souza, na Folha On Line:
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2006-06-25_2006-07-01.html#2006_06-28_02_18_06-10045644-0

PP hoje formaliza apoio a Mão Santa

A oferta tentadora de Wellington Dias (direção de Detran e DER, e imediatemente) balançou o PP de Ciro Nogueira.
Mas os acertos prévios com o PMDB prevaleceram no grupo cirista.
Hoje o PP faz convenção e não apenas oficializa a coligação com o PMDB (indicando o vice de Mão Santa), mas deve assegurar apoio a Hugo Napoleão ao Senado.
No caso de Hugo, será um apoio informal, mas muito visível.

Mão Santa e Hugo, apoio mútuo

Não há coligação formal entre PFL e PMDB. Mas as lideranças dos dois partidos acertaram que haverá uma aliança informal: o PFL vota em Mão Santa para o governo; o PMDB apóia Hugo Napoleão para o Senado.
As lideranças locais seguem a mesma batuta. Inclusive o prefeito Chico Filho, que não desejava uma aliança proporcional.
De fato, a aliança proporcional não sai, até mesmo porque não é defendida por pefelistas influentes, como o deputado Júlio César.
Agora é saber se o combinado se traduz na prática.

terça-feira, junho 27, 2006

A generosa oferta de Wellington a Ciro

O governador Welington Dias agiu rápido depois da vitória de Mão Santa na convenção do PMDB. Consciente das perdas com a decisão peemedebista, Wellington se preocupou em recompor a base política, buscando fortalecer sua candidatura para manter a perspectiva de vitória en outubro.
Assim, o primeiro que fez foi buscar o apoio do PP de Ciro Nogueira.
E fez uma oferta prá lá de generosa: entregaria ao PP a direção do Detran e do DER.
Mas quem pensa que essa foi uma oferta de candidato, se enganou. Na verdade, foi uma oferta do governador em pleno exercicio do mandato, valendo prá já, hoje.
Quer dizer, no caso de Ciro aceitar levar seu PP para a chapa petista, poderia indicar os ocupantes dos dois cargos imediatamente, para posse já na próxima semana.
Claro, é um oferta tentadora.
O problema é que Wellington esbarrou na rapidez de Mão Santa, que ofereceu o lugar de vice na chapa ao governo. Está certo que é uma oferta para o futuro, mas Ciro tem faro para o poder.
E decide segundo esse faro muito aguçado.

PFL se entrega, PMDB faz charme

O PFL parace que aprendeu tudo de como não fazer política; de como não se posicionar estrategicamente com vistas a uma eleição
Primeiro se enregou a Firmino um ano e meio antes da disputa. Assim, o tucano se achou no direito de vetar Hugo Napoleão, erro que invabilizou a própria aliança.
Depois do veto, o partido ficou sem alternativa, a não ser torcer por Mão Santa.
O peemedebista jogou charme, atraiu os pefelistas. Aí Mão Santa venceu a eleição e outra vez o PFL se entregou, apoiando o senador sem antes coupar espaços, sem formar uma aliança.
Agora, depois de recebido apoio público dos pefelistas, o PMDB faz charme outra vez. Mas não para arair o PFL, e sim para evitar uma aliança formal.
Tem mãossantista batendo o pé e dizendo que não aceita coligação formal com o partido de Heráclito Fortes. Querem um coligãção branca. Essa posição parte sobretudo dos deputados estaduais e alguns prefeitos, como Chico Filho. A lógica é a seguinte: adversário de Leal Júnior no terreiro particular dos dois (o município de Uruçuí), Chico Filho acha que a aliança pode dar fôlego ao pefelista - que deseja ver sem ar.
O paroquialismo guia os rumos das eleições estaduais.
Mas, de fato, o PFL colhe os frutos da precipitação.
E, sem alternativa a não ser a muito improvável candidatura de Heráclito, o partido terá que engolir mais outra. E sem derramar lágrimas.

Arenão, versão século 21

Mão Santa vive invocando o nome de Ulysses Guimarães, de Tancredo Neves,de Severo Eulálio e de outros tantos que fizeram o MDB que depois virou PMDB. Fala também em Teotônio Vilela, que era da Arena (partido dele Mão Santa desde priscas eras), mas que se mudou de lado e foi combater a ditadura quando ela não mais existia.
O senador diz que combateu a ditadura, mas isso é menos verdade. Quando ele mudou-se para o PMDB, nem mais existia o regime militar e muito menos o partido que lhe fez oposição. O MDB original ficou no meio do caminho, depois da restauração de um regime civil com Sarney (do PDS, partido de Mão Santa).
Esse discurso de luta contra a ditadura é tanto tolo quanto inoportuno. Mas talvez caiba lembrar que o senador Mão Santa está conseguindo reunir sob o mesmo teto gente que alegremente serviu àquele regime, como ele próprio.
O agrupamento que se junta em torno do senador Mão Santa tem a maior cara de Arena. É o Arenão do século 21.

Criador de peixes

O ex-ministro e ex-presidente dos Correios João Henrique Sousa decidiu que, perdendo a indicação do PMDB para concorrer como vice ao lado de Wellington Dias, iria se dedicar a uma atividade diversa da política.
Ele quer agora ser criador de peixes numa propriedade da sua família no município de Palmeirais.
Pode se dar melhor em meio a tambaquis e tilápias do que entre traíras.

PP indica vice, mas esqueceu o frescor de uma mulher inteligente, guerreira e bonita

O PP vai indicar o vice de Mão Santa, mas os nomes postos - Júlio Arcoverde e Ciro Nogueira, pai - não ajudam muito a formar uma chapa que atraia outros públicos além daqueles já bastante embevecidos pelo discurso populista do senador.
Um dos nomes cogitados - ou especulados, como queiram - foi o da advogada Margareth Coelho, a Margô. Seguramente seria o melhor nome, se não do ponto de vista político, muito mais sob o ângulo de uma repaginada em Mão Santa, que em suas falas cômicas costuma sempre rejeitar o rótulo de que se faz acompanhar de homens, como se na política fosse possível fazer uma campanha sem a maciça companhia masculina. Aliás, Mão Santa deveria ler mais Carlos Lacerda. Foi o ex-governador da Guanabara que disse que a política é namoro entre homens.
Para dar uma esfriada nessa "namoro", arejar uma chapa e criar a simpatia no eleitorado feminino, Margô Coelho seria uma grande opção. Inteligente, se inscreve entre os melhores quadros do seu partido, o PP. É também uma guerreira e tem a enorme vantagem de unir beleza com simpatia, charme com despojamento.
O PP, porém, desprezou a opção Margô. Talvez porque ela não é do grupo fechado de Ciro Nogueira, donatário daquela capitania partidária. O deputado optou por uma solução doméstica. Apresentou a Mão Santa a opção do pai, Ciro, ou do sócio, Júlio Arcoverde, que é um rapaz de bem, mas nunca experimentou o campo de batalha eleitoral na linha de frente.
Uma pena mesmo que o PP e Mão Santa tenham perdido a chance de dar uma melhorada na imagem não tão boa de ambos.

segunda-feira, junho 26, 2006

Super ego de Mão Santa

O senador Mão Santa não deixa por menos.
Para ele, sua vitória de ontem na convenção do PMDB foi um marco na história do Piauí.
Algo comparável, por exemplo, à Batalha do Jenipapo.
É mole ou quer mais??

domingo, junho 25, 2006

Mão Santa ataca corrupção do PT

Ao vencer a convenção do PMDB, o senador Mão Santa deu o tom do discurso que vai empunhar na campanha ao governo do Estado. Parece pouco crível, mas Mão Santa disse que vai combater a corrupção do PT.
Pois é, Mão Santa empunhando discurso contra a corrupção.
Mas se olharmos bem, não há surpresas. O senador é tudo, menos burro. E sabe onde está pisando.
Sabe que o PT não pode bradar, apontando corruptos: os escândalos petistas estão fresquinhos, fresquinhos. E são cabeludos.
O PSDB fica numa posição delicada para atacar abusos de Mão Santa, pois era aliado do agora senador em todo o período que governou. Sequer pode lembrar que foi desapeado do poder por uso indevido dos recursos públicos, porque o candidato tucano foi o primeiro a ganhar as ruas, de cara pintada, dizendo que a cassação era golpe.
Assim, Mão Santa está à vontade. E apela para a memória do povo, que tem frescos os últimos casos. E assim, ataca o PT. Sem ressalvas.
E sem ficar vermelho.

MORREU ALIANÇA PSDB-PFL
Se alguém acreditava na sobrevivência da aliança PSDB-PFL, deve ter tirado o cavalinho da chuva depois da convenção do PMDB.
Lá estava, ao lado de Mão Santa na caminhada da vitória, o senador Heráclito Fortes. E com eles, diversas outras lideranças pefelistas, alguns candidatos a deputado estadual.
As duas siglas avaliam agora a possibilidade de uma aliança formal. Pelas lideranças, não haveria problema. Mas há o receio de que as bases não assimilem. Devem fazer aliança informal.
Assim se repetiria a mesma situação de 2002, quando o agora senador levou o PMDB a uma aliança informal com o PT. Desta vez fará o mesmo, mas com o PFL.
A chapa encabeçada por Mão Santa deverá ter um vice do PP - a tendência é que fique entre Iracema Portela e o ex-deputado Ciro Nogueira. Mas o nome de Margareth Coelho não está descartado.
Oficialmente, não terão candidato ao Senado. Na verdade, PMDB mãossantista e PP votarão no candidato a senador do PFL, no caso o ex-governador Hugo Napoleão.

Amanhã vai ter fila. E das grandes

Um ex-prefeito do PFL encontrou-se na sexta-feira com Dó Bacelar, um dos articuladores da candidatura de Mão Santa. A conversa foi rápida:
– E aí, cadê você? – indagou Dó.
– Não se preocupe que na segunda-feira estarei em seu escritório – disse o ex-prefeito, apostando na candidatura de Mão Santa.
Certamente não estará só o pefelista. A fila deve ser grande nos gabinetes dos principais articuladores ligados ao mãossantismo.

Verdades da convenção do PMDB

Dinheiro – Não funcionou o poder financeiro. Nem o do Karnak, nem o do Armazém Paraíba, nem o dos Correios.
Prevaleceu a vontade da base. Falou mais alto a liderança de Mão Santa.
Aposentadoria – Quando se fala de Alberto Silva, é sempre complicado falar em aposentadoria. Mas a derrota de hoje abala muito a posição do ex-governador.
Alguns prevêem que terá dificuldades em garantir uma vaga de deputado.
Fim do mito – O resultado da convenção enterrou um mito: o da capacidade organizativa e articuladora do ex-ministro João Henrique.
Com todo o poder estadual ao seu favor, perdeu. E perdeu feio.

Mão Santa, oposição a Wellington

Só o PT não comemora a vitória de Mão Santa.
O PSDB de Firmino Filho acha que um terceiro candidato vai ser bom para os tucanos, que agora podem sonhar com um segundo turno. Sem ele, tudo terminaria dia 1º de outubro, com vitória de Wellington Dias.
O PFL também festeja, principalmente as bases do interior, que não engolem Firmino depois da forma como vetou Hugo Napoleão. Agora essas lideranças têm em quem votar.
O PP deve formalizar amanhã mesmo a aliança com o PMDB, oferecendo a vice de Mão Santa.
No final das contas, contabilizam essa derrota a ala governista do PMDB e o PT. Os governistas do PMDB se revelaram menor e menos influente que o esperado, sobretudo diante do poder financeiro que dispunham. Já o PT vê abalada a estrutura que havia montado, apostando todas as suas fichas em João Henrique, Kleber Eulálio, Themístocles Filho e outros.
A derrota é política e psicológica: Wellington dizia e repetia que a convenção peemedebista estava sob controle, prevendo vitória fácil. Chegou a falar em 70 votos de vantagem.
A realidade foi bem diferente: Mão Santa impôs vantagem de 48.
O ex-governador causa estragos óbvios na candidatura de Wellington. Mas não quer dizer que não provoce danos na seara tucana: depois do embate direto contra a turma de Wellington, M'ao Santa assume posição de efetiva oposição, fragilizando Firmino, antes dono incontestável desse posto.
O certo é que a campanha recomeça. Há um novo cenário.
E, por enquanto, Mão Santa tomou para si o papel de protagonista do teatro eleitoral.

Vitória incontestável

Foi um dia inteiro de confusão. Mas, contra quase todas as previsões, Mão Santa venceu a convenção do PMDB, realizada hoje no Centro de Convenções. E venceu bem, com boa folga sobre os governistas.
Confira o resultado (que pescamos no www.portalaz.com.br):

Mão Santa (Chapa 2) ..................... 195 votos
João Henrique (Chapa 1) .............. 147 votos

Firmino acha que vitória de Mão Santa é melhor

O candidato do PSDB ao Governo do Piauí, Firmino Filho,considera que a vitória de Mão Santa lhe será favorável. É que ele acredita ser mais fácil bater o governo num segundo turno que numa antecipação da segunda rodada eleitoral.
Firmino segue em campanha. Ele chegou de Picos agora há pouco e vai para Nazária, mas está de celular ligado recebendo informações sobre o desenrolar da convenção peemedebista.

Corrupção: Lula só perde para Collor

Por essa o PT não esperava:
Pesquisa nacional realizada pela Fundação Perseu Abramo, vinculada ao próprio PT, constatou que o brasileiro considera que o governo Lula (39%) é o que teve mais casos de corrupção depois da gestão de Fernando Collor de Mello (71%).
No ranking das administrações mais corruptas, a de Fernando Henrique (32%) vem em terceiro lugar, seguida dos governos chefiados por José Sarney (17%) e por Itamar Franco (10%).
A matéria completa você encontra na Folha de S. Paulo. Ou no site:
http://josiasdesouza.folha.blog.uol.com.br/arch2006-06-25_2006-07-01.html#2006_06-25_02_58_05-10045644-27

Os Correios na convenção do PMDB

Na descontraída conversa do Senadinho, no Teresina Shopping, um conhecido e irreverente empresário piauiense ouvia a discussão sobre o possível resultado da convenção do PMDB, hoje.
As opiniões eram diversas, a maioria apontando para a vitória dos governistas, mas deixando margens às dúvidas.
O empresário mostrou toda a sua certeza na derrota de Mão Santa. E, cheio de maldade, justificou:
-- Rapaz, ele vai enfrentar três máquinas: a do governo do Estado, a do Armazém Paraíba e a dos Correios.

PT e PSDB querem repetir no Estado a disputa nacional

Petistas e tucanos estão numa luta virtual. Através da Internet, nos blogs Angico Vermelho (PT) e Angico Branco (PSDB) os dois partidos trocam acusações. O último lance da briga foi a mútua comparação dos dois grupos a times de futebol. No caso, nenhum jogador é elogiado. Todos são chamados de coisas como ladrão.
A guerra na web entre os dois mostra a disposição de tucanos e petistas para repetir, em nível local, a disputa nacional. É bom para os dois lado, é péssimo para partidos com maior tempo de estrada. PFL e PMDB, por exemplo, podem sair diminuídos numa disputa em que claramente estão sendo deixados de lado pelos dois contendores. PT e PSDB, neste caso, se escolheram como adversários, como verso e reverso, o que enfraquece a posição dos demais partidos perante o eleitorado.
Ora, se a disputa ficar mesmo polarizada entre PT e PSDB, o eleitorado tende a se dividir entre os dois. Pior para os outros, que correriam por fora, já que disporiam de algo que nem o PT e nem o PSDB têm: quadros fortes para formar boas bancadas.
Numa disputa assim, qualquer que seja o vitorioso, PMDB e PFL – além dos outros partidos menores, representados na Assembléia – ganhariam espaços num futuro governo.

Resultado da convenção é imprevisível

Apesar de os governistas estarem cantando vitória por margem de 40 a 70 votos, não há quem arrisque um resultado para a convenção do PMDB. Ontem, a cidade foi tomada por apostas. Significa que, como na margem do Rubicão, a sorte está lançada.
Os governistas consideram que a vitória é certa, mas eles mesmos rejeitaram propostas para apostar num prognóstico. No lado oposicionista, também não se encontra coragem para uma aposta.
Curiosamente, quem acompanha com atenção o desenrolar da luta intestina no PMDB é o candidato tucano, Firmino Filho. Ele sabe que uma derrota de Mão Santa terminará por beneficiá-lo, porque ele se transformaria em alternativa para os mãos-santistas.

sábado, junho 24, 2006

Cientista suspeito?

Dentro do ninho tucano, causou risos a análise do cientista político Ricardo Arraes, que prevê a vitória de Wellington Dias nas eleições deste ano.
Os risos não focam pela previsão, já que uma vitória de Wellington, pelo menos no cenário de hoje, é projetada por dez entre dez analistas. O problema, para a tucanada, é a credibilida do analistas.
O motivo é simples: por mais sério que seja, Ricardo Arraes deixou de ser fonte jornalística, tratada como se fosse um nome alheio ao processo eleitoral. Longe disso. Ele está sob contrato da campaha governista. Divide seu tempo entre o Armazém Paraíba, do pai de João Vicente, e os gabinetes do governo petista.
-- Seria o mesmo de entrevista Washington Bonfim sobre as chances de Firmino Filho.
Além disso, segundo a turma do PSDB, a matéria com Arraes tem a interferência da máquina de propaganda do governo, que não usa biodiesel, mas muito, muito dinheiro.

PS.: O que não poderá estar dizendo Ricardo Arraes dos autores deste blog, heim?

Preocupação dos proporcionais

Tem muito candidato a deputado no PSDB e PFL preocupados com o futuro da aliança entre os dois partidos. Apesar dos acertos entre cúpulas, em Brasília, muitos vêem como pouco provável a manutenção da coligação ainda que apenas na disputa majoritária.
Isso complicaria a vida de muitos deputados com mandato.
A situação está deixando alguns simplesmente em caldo de pinto.

FUTURO SOMBRIO - Aliás, tem gente dentro dos dois partidos enxergando um futuro sombrio. As duas siglas, que deveriam sair muito (muito mesmo!!!) fortalecidas desta campanha, talvez até com o governo estadual, podem definhar.
Os tucanos não contam com outra alternativa de aliança senão com o PFL, já que PP decidiu que segue Mão Santa ou Wellington Dias. PTB e PMDB nem cogitam, e o PDT segue caminho próprio. Sem o indesejado aliado (o PFL), a tucanada fica só. E com pouco espaço eleitoral.
Por outro lado, um pefelista com origem histórica e exercendo mandato, foi taxativo:
-- Se o objetivo era acabar o PFL, a estratégia pode dar certo.

Torcendo pela traição

Segundo todos os cálculos ponderados, João Henrique deve vencer a convenção do PMDB, amanhã, no Jóquei Clube.
Os aliados de Mão Santa, no entanto, mantêm as esperanças. Apostam sobretudo no voto secreto e, assim, na traição de muitos convencionais ao compromisso assumido com os governistas e o governo.
Politicamente pode ser normal. Mas em termos éticos, fica dificil engolir uma chapa que nasce da traição, desejada traição.

sexta-feira, junho 23, 2006

O lado rancoroso de Lula

No jogo da seleção, ontem, Lula mostrou uma faceta desconhecida: o seu lado rancoroso.
Quando Ronaldo fez a rede balançar, o presidente esqueceu o Brasil e deixou o rancor falar mais alto.
Não comemorou nenhum dos gols do Fenômeno, como se não fossem gols do Brasil.
Ao ver as imagens, lembrei dos velho PCB, que nas décadas de 60 e 70 torcia pela União Soviética, a pátria ideológicados comunistas.
Em 1970, a turma do pecezão temia que a vitória da seleção fosse usada pela ditadura. Tinha razão: foi amplamente usada pelo ditador de plantão.
Mas, a bem da verdade, a vitória no México foi uma das poucas alegrias do povo naquela época tão dura.
Agora, Lula também tenta (como quase todos os outros presidentes) tirar proveito da paixão brasileira pela seleção. Prova disso foi a conferência com Parreira, aquela da pergunta sobre os quilos de Ronaldo que gerou uma dura reação do atacante. A conferência foi puro oportunismo, para ocupar espaços de mídia e transmtir uma imagem simpática. Mas rendeu desdobramentos inesperados para a assessoria palaciana.
Para ficar bem na foto, Lula mandou cartinha dizendo que torcia pelo atacante. Não é verdade. A reação aos gols do craque revelaram o contrário.
Mostrando rancor, Lula torceu contra Ronaldo.
E, em certo sentido, significou torcer contra o Brasil.

quinta-feira, junho 22, 2006

Mussa pede desculpas por programa

O presidente do PFL, deputado Mussa Demes, ligou para Wellington Dias pedindo desculpas pelo duro programa do PFL, veiculado na segunda-feira.
Segundo informações de ocupantes do Karnak, Mussa disse ao governador que não sabia do programa. E que não concorda com o tom das críticas - que seriam da responsabilidade do senador Heráclito Fortes.
Disse mais: que na campanha vai manter um tom light, sem críticas nem a Lula nem a Wellington.

SONHO DE MUSSA - A alguns aliados mais próximos, o deputado Mussa Demes tem revelado um sonho: o de integrar a mesa diretora da Câmara. E num lugar de destaque.
Acha que pode disputar até mesmo a presidência da casa, com apoio dos petistas.
Uma coisa é certa: o deputado Mussa Demes é um homem de fé. Muita fé.

A eleição da traição

O prognóstico é do experiente deputado Elias Ximenes do Prado: esta será a eleição da traição.
Quer dizer, as eleições dos partidos não serão levadas em conta.
A crise entre PSDB e PFL alimenta a tendência de traições.
Para o deputado do PDT, a maioria do PFL não acompanhará o PSDB de Firmino Filho. Segundo ele, os pefelistas acompanharão Mão Santa. Ou, se este for derrotado, se dividirão entre Wellington e a candidatura de Benício Sampaio
Elias Ximenes avalia que, na convenção do PMDB, a ala governista vai ser derrotado pelo voto secreto (aquele que, segundo se diz, dá uma vontade incontrolável de trair).
E esses são apenas os casos mais concretos dos dias de hoje.
Outras traições virão na sequência.

Wilson Martins, o vice do “plano B”

O governo não acredita que seja derrotado na convenção do PMDB. Mas como o seguro morreu de velho, tem alinhado o “plano B” para o caso de uma indesejada vitória de Mão Santa.
Caso João Henrique seja impedido de compor a chapa de Wellington Dias, o nome a substituí-lo será o de deputado Wilson Martins, do PPS.
Wilson pode, assim, realizar o sonho de ser vice-governador, e na chapa de um candidato à reeleição.
Em 2002, quando o PSDB decidiu se aliar ao PFL, Martins brigou para ser o vice de Hugo, com a perspectiva de assumir o cargo. Recebeu o veto de Firmino Filho, que emplacou o nome de Fernando Said.
Quem acompanhou aquela eleição viu o pouco (ou nenhum) empenho de Wilson Martins pela candidatura Hugo. De fato, seus aliados - entre eles o próprio irmão, prefeito em Santa Cruz do Piauí - votaram contra a orientação do partido.
Agora, no íntimo torce pela vitória de Mão Santa.
Será a maneira de Wellington ativar o tal “plano B”. E de Martins realizar em 2006 o sonho que alimentou em 2002.

PP volta olhos para Wellington

O PP ainda estuda possibilidades de alianças nas eleições deste ano no Piauí.
Uma demonstração disso é que o grupo de Ciro Nogueira voltou a conversar com o PT de Wellington Dias.
De fato, o PP gostaria mesmo de se aliar ao PMDB de Mão Santa. Mas diante da perspectiva de vitória da ala governista, o PP pode apoiar a candidatura de Wellington.
As conversas neste sentido estão bem adiantadas, ainda que só devem ser concretizadas na segunda ou terça-feira, depois de conhecido e avaliado o resultado da batalha interna no PMDB.
A aliança é defendida pela maioria do partido. A voz dissonante é a do deputado Irmão Elias, que já tem acordo formado com o PSDB.
O desenvolvimento das conversas foi comunicado pelo próprio Wellington aos principais aliados, como a ala governista do PMDB, o PTB e o PPS.
Ninguém foi contra a ampliação da aliança. Muito pelo contrário.

Previsão sobre grupo da morte

Política, não. Mas fazer previsão sobre futebol até que foi fácil.
Em 10 de dezembro avaliava que o grupo de Itália e República Checa seriam o mais difícil (o verdadeiro grupo da morte), não o de Argentina e Holanda.
Veja o que escrevi na época (errei sobre Austrália mas acertei no geral):
http://fenelonrocha.blogspot.com/2005/12/o-brasil-na-copa-dureza.html

Agentes dos "panos mornos"

A crise produzida pelo veto de Firmino Filho a Hugo Napoleão causou estragos de parte a parte.
A candidatura do tucano sai da crise menor do que era. E o PFL sai um partido menor do sempre foi, principalmente pela frustração que hoje alcança as bases.
Mas as esperanças persistem, especialmente nas chances de Firmino. E para que os estragos sejam diminuídos, tem gente sendo escalada (sobretudo no lado tucano) como agentes dos panos mornos. Isto é, pessoas que entrem em cena para aparar as rusgas e aplainar o chão até primeiro de outubro.
Uma das tarefas dessa turma é arrefecer a ira de Hugo. A outra é diminuir o topete de Firmino.
No entendimento dos bombeiros de plantão, ninguém ganha substancialmente (ou nada) com a permanência do estado belicoso.
Firmino precisa somar no interior, onde lideranças do PFL estão em grande parte sintonizados com Napoleão, que ressurge da crise como liderança a ser levada em conta - o que não acontecia até o início de maio. E Hugo precisa ter um palanque, evitando uma campanha solitária e poucas perspectivas de espaços no poder, seja com Firmino ou Wellington Dias no governo.
O que se tenta é uma postura de não agressão no correr da campanha e uma convivência civilizada depois de outubro.
Claro que tudo isso depende em parte do resultado de domingo, na convenção do PMDB.
Se Mão Santa negar as expectativas e vencer a disputa interna, pode oferecer a Hugo e boa parte do PFL um palanque e perspectivas de poder. Sem Mão Santa, se não a reconciliação pelo menos a convivência política será possível.

quarta-feira, junho 21, 2006

Além do veto, ordem para calar

Está no Portal AZ (wwww.portalaz.com.br): Firmino Filho pediu que Heráclito Fortes silenciasse Hugo Napoleão, evitando que o ex-governador fizesse críticas ao ex-prefeito depois do veto que este impês àquele.
Firmino pediu a Heráclito o que não fez (nem lhe foi pedido) em 2002, quando metade do PSDB criticava abertamente o então governador. Muitos tucanos de então (como Robert Rios e Rodrigo Ferraz) não engoliram a aliança. Nem por isso foi pedido ao líder tucano uma ordem de cala-boca.

Ironia - O destino tem sido irônico com o ex-prefeito Firmino Filho. No início de 2002, Firmino articulou com junto à mídia para que abrisse espaços generosos para Robert Rios atacar a então primeira-dama Leda Napoleão, cujo trabalho tanto incomodava o prefeito na própria capital. Com o correr dos fatos, Firmino se entregou ao PFL e Robert mudou de lado. Então Firmino trabalhou para calar Robert, que no meio da campanha já critica o prefeito.
Agora Firmino, que apostou todas as fichas na aliança com Heráclito Fortes (a ponto de batizar a aliança com o PFL de Firme e Forte), não poupa o senador.
Mesmo assim, recorre a Fortes para calar Hugo.
Tem mais: o ex-prefeito está para colher a mesma colheita de Hugo. Em 2002, Napoleão viu metade dos tucanos votando no adversário Wellington Dias. Agora tem tudo para Firmino ver metade do PFL votando no mesmo Wellington.
Quer dizer: os fatos vão obrigando Firmino a se contradizer.
Ou a engolir amargas receitas. Que destino!

PFL decide: Hugo é federal

A informação é do antenado jornalista Pedro Alcântara:
Caberá ao PFL nacional comunicar ao ex-governador Hugo Napoleão que ele será mesmo candidato a deputado federal, não a senador.
Traduzindo: o PFL abre-mão de praticamente tudo e mantém a coligação com o PSDB, pensando na candidatura de Geraldo Alckmin.
Isso Pedronão disse, mas Hugo parece está conscente disso.
Apesar das manifestações de lideranças e deputados do PFL, o ex-governador intensificou os contatos com as lideranças locais que originalmente davam suporte à candidatura de deputado. Em reunião com uma equipe de publicitários, no início da semana, Hugo tratou de desenvolver as peças de campanha.
Com formatação que contempla a candidatura à Câmara Federal.

Propaganda como antigamente

A nova legislação sobre propaganda eleitoral não mudou muito as estratégias dos candidatos, pelo menos com vistas às convenções.
Todo mundo está fazendo as peças de sempre, incluindo a camiseta.
A razão é simples: as convenções são um evento interno dos partidos, em ambiente fechado. E em ambiente fechado vale tudo: cartaz, faixa, painel, jingle, camiseta, menininhas fantasiadas etc.
Vai ser uma guerra de personalismo.

sábado, junho 17, 2006

Roubo agora é boato

Pronto! O assalto à casa do ex-ministro João Henrique virou boato.
Não se fala mais no assunto. Tampouco em R$ 1,6 milhões.
E os peemedebistas aliados do governo já apontam a autoria da "notícia": a turma de Mão Santa, adversária direta (e nada cordial) de João Henrique na convenção partidária do dia 25.

Wellington lidera, mas é cedo para cantar vitória

Os números do Ipop abrem um largo sorriso para Wellington Dias em Teresina. Para alguém que viu sua candidata à Prefeitura ser humilhada por uma piada, não poderia haver situação mais favorável.
O governador desponta com 41,25% das intenções de voto em pesquisa estimulada. Seus opositores mais bem colocados – Firmino e Mão Santa – somam 46%. Quando Heráclito Fortes é apontado como candidato, a soma das intenções de voto oposicionista vai a 51,5%.
Os dados da pesquisa do Ipop, disponibilizados hoje pelo Jornal Meio Norte, estão um tanto quanto confusos. Sonegou-se, por exemplo, a rejeição ao candidato Firmino Filho. Deve ser a menor entre todos.
Mas há uma boa pista de quanto ainda está longe de se decidir a eleição. Fala, Batista Teles, presidente do Ipop: “Se não fosse esses percentuais de intenções em Teresina, essa média de 37% a 39% de intenções de voto de Wellington Dias em todo o Piauí não teria sustentação porque haveria um empate entre o senador Mão Santa e o governador no ranking do Estado”.

sexta-feira, junho 16, 2006

Grana preta. Grana viva.

Vai bem de vida o ex-ministro João Henrique Souza: não é todo mundo que tem R$ 1,6 mihão em casa, em pacotes de R$ 10 mil.
Muitos menos na véspera de uma convenção partidária tão disputada.

PFL tenta salvar os dedos

Prevaleceu o veto de Firmino Filho: o próprio PFL se encarregou de retirar a candidatra de Hugo Napoleão ao Senado, entregando todos os postos majoritários ao PSDB. Firmino disputará o governo como bem queria, indicando um tucano para o Senado (Freitas Neto) e escolhendo o candidato a vice, ainda que seja de outro partido.
Agora o desempenho de Firmino dependerá dele mesmo - não poderá imputar um fracasso aos aliados.
Quanto ao PFL, restou pouco. Sem alternativas, já que Heráclito Fortes não deseja ser candidato, restou ao partido fazer uma aliança para os cargos proporcionais, tentando preservar a maior parte de seus representantes no legislativo.
Dessa forma, tenta salvar os dedos. Porque os anéis já se foram há muito.

quinta-feira, junho 15, 2006

Segundo turno antecipado

Em entrevista ao portal 180 graus, o presidente do IPOP, João Batista Teles (www.180graus.com/home/materia.asp?id=66245), afirma que deve haver segundo turno nas eleições de outubro. Isso no quadro de hoje com quatro candidatos possíveis. Mas a realidade de outubro pode ser bem diferente.
Nas avaliaões feitas pelo IPOP, estão sendo consideradas as candidaturas de Wellington Dias, Mão Santa, Firmino Filho e Heráclito Fortes. Nove de dez analistas afirmam que Mão Santa perde na convenção do PMDB, eliminando um dos concorrentes.
E poucos acreditam que Heráclito efetivamente seja candidato.
Assim, o quadro de hoje se resumiria a Wellington e Firmino, além de candidatos de menor ou quase nenhuma expressão.
Traduzindo: a eleição deve se definir mesmo no primeiro turno, que (como em 2002) vai funcionar com um segundo turno antecipado.
Tem mais: em qualquer das simulações do IPOP, Wellington vence a disputa.

quarta-feira, junho 14, 2006

PFL não terá candidato majoritário

As primeiras informações (ainda não definitivas) que chegam de Brasília indicam que o PFL faz uma opção no mínimo inesperada: não terá candidatura majoritária este ano.
Não terá Herácito Fortes disputando o governo, nem Hugo Napoleão disputando o Senado. Sequer apresentará candidato a vice, porque também não fará coligação, a não ser para cargos proporcionais (deputados estaduais e federais).
Em Brasília, pensando na candidatura de Alckmin, a cúpula dos dois partidos decidiu que as siglas seguiriam juntas. Mas sem aliança para o governo.
Nessas condições, Hugo não será candidato a Senador. Voltar a pleitear uma vaga de deputado federal.
A chapa do PSDB já está esboçada: Firmino para o governo, Luís Menezes para vice e Freitas Neto para o Senado.

Nada de bom - Um deputado do PSDB ouvido há pouco pelo blog disse que esse acordo não ajuda nada. Na prática, deve manter os ânimos acirrados entre os dois partidos e levar muitos pefelistas a votarem em Wellington Dias. Até porque nenhuma liderança do PFL vai se sentir obrigado a votar em Firmino, já que a coligação não existe.
O desfecho da crise até pode ajudar a chapa proporcional, mas nem tanto. Quanto à disputa pelo governo, favoreceu sobretudo ao atual governador.

Debandada do PFL para o PT

É cada vez maior o número de lideranças do PFL no interior que aderem à candidatura de Wellington Dias ao governo. É um sintoma mais que claro de que ninguém espera mais por coligação do partido, pelo menos para cargo majoritário.
Outra vez, a base saiu na frente da cúpula...

Firmino busca menor prejuízo

O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, bem que tentou mas não conseguiu entender o veto de Firmino Filho à candidatura de Hugo Napoleão.
O motivo da perplexidade de Tasso é simples: pesquisas encomendadas pelo PSDB nacional ao sociólogo Antonio Lavareda reafirmam a liderança de Hugo na corrida ao Senado e sua boa perspectiva de vitória. Os dados estão sendo apresentados a Firmino, que vai teimar em vetar a candidatura do ex-governador.
A razão da manutenção do veto é igualmente simples: Firmino corre atrás agora do menor prejuízo.
O tucano sabe que pisou na bola, e pisou feio. A forma como conduziu o veto foi deselegante e reforçou uma imagem de arrogância e destempero. Pior, descontentou os então aliados e praticamente enterrou a perspectiva (antes concreta) de vitória. Mas voltar atrás e aceitar a candidatura do ex-governador legaria uma outra imagem a Firmino: a de fraqueza. E isso o tucano não deseja.
Nesse quadro, o ex-prefeito calcula os possíveis desdobramentos das alternativas disponíveis. Traduzindo: o que seria pior para o PSDB, manter a coligação com o PFL ou romper de vez?
Nos cálculos tucanos, manter a aliança não é mais possível. Em termos de reação pública, seria igual ou pior que em 2002, já que a crise do veto transformou em aberração uma aliança que já estava praticamente naturalizada. Manter PFL e PSDB juntos passaria uma idéia de esperteza politiqueira que o povo tende a rejeitar amplamente. O eleitor não aceitaria a união de quem se engalfinhava há apenas três semanas.
Por outro lado, romper de uma vez por todas pode trazer algum benefício imediato e vantagens ainda maiores no futuro. No longo prazo, teria o efeito de manter uma aura de independência e “firmeza de princípios”; seria um jogo para a platéia com a intenção de render frutas em eleições futuras.
No curto prazo, pode render votos, sim. Mas para isso, segundo os cálculos tucanos, depende de Heráclito Fortes. Isto é, depende da disposição de Heráclito ser candidato ao governo. Nos cálculos do PSDB, a entrada do senador na disputa garante o segundo turno – mas com Firmino enfrentando Wellington Dias.
Nesse cenário, tão sonhado pelos tucanos, o ex-prefeito até poderia ter de volta a possibilidade de vencer a disputa final pelo Karnak.

Ironia do destino

Ironia das ionias: a grande esperança de Firmino Filho, hoje, é a candidatura de Heráclito Fortes ao governo do Estado.
Com uma terceira candidatura forte ao Karnak, o segundo turno estaria garantido. E o tucano tem a convicção de que terminará na frente do pefelista, enfrentando Wellington Dias na segunda volta.
Aí, os ânimos já serenados, Firmino espera contar com o apoio da grande maioria dos pefelistas que não estariam dispostos a votar no candidato doPT.

Outra conta - No PFL, a conta é outra. Primeiro, a maioria do partido torce e acredita na candidatura de Heráclito. E, se efetivamente decidir disputar o Karnak, Heráclito tenderia a ficar na frente de Firmino. Não apenas pelo apoio de lideranças ligadas a Mão Santa como pelo enfraquecimento que provocaria na candidatura tucana no interior (em grande medida) e na capital (em menor intensidade).
Agora é esperar pelos fatos. Primeiro, ver se Heráclito será mesmo candidato. Depois, saber qual das contas tem o respaldo popular, se a dos tucanos ou a dos pefelistas.

Apostando na reconciliação

Tem muita gente dentro do PSDB apostando na reconciliação com o PFL.
As pressões surgem de mitos lados: deputados, prefeitos e até mesmo a direção nacional do tucnato, que não entendeu bem o veto de Firmino Filho a Hugo Napoleão.
Não por acaso Tasso Jereissati chamou a Brasilia o ex-prefeito e o atual.
Certamente Tasso fala municiado pelas pesquisas de Antonio Lavareda, sem as quais o senador cearense não dá um passo.
Resta saber se essa reconciliação ainda é possível (e assimilável) no sagrado chãozinho piauiense.

terça-feira, junho 13, 2006

O discurso de Alckmin

Depois de ver na TV as imagens da convenção do PSDB, fiquei me perguntando: como o Geraldo Alckmin pretende encantar, ainda mais tendo Lula como adversário??
Fiquei vendo o Alckmin lendo o discurso. Isso mesmo: papelzinho na mão, letras miúdas, vista a maior parte do tempo plantada no texto. E empolgação zero.
Um dos primeiros ensinamentos dos assessores de Eisenhower, num distante 1952, foi: seja natural. Fale como se conversasse com o povo.
Mais de 50 anos depois, Alckmin ainda não aprendeu isso. Fala lendo um texto chato, e lendo bem de perto, encobrindo a cara. Não tem gestual, nem emoção.
Quando Lula aparecer para discursar na convenção do PT, bastará abrir os braços, acenar pro povão, sorrir e olhar no olho da platéia. O menos que disser terá maior efeito, olhando na cara das pessoas. Passará emoção, calor humano.
Ficará a léguas de Geraldo Alckmin, que se esforça muito para ser tão pouco palatável.

Joguinho pouco, pouquinho.

O jogo da seleção pareceu a corrida eleitoral no Piauí: totalmente sem graça.
Venceu. Mas esteve longe de convencer.
Quem jogou pra escapar: o temerário Dida, mais Roberto Carlos, Zé Roberto, a dupla de zaga e - claro!! - Kaká, com seu gol salvador.
Numa segunda fase, teremos pela frente Itália ou República Tcheca.
Para passar por qualquer uma das duas teremos que jogar muito, mito mais.

Política, nada. Agora é seleção

Que papo é esse de política.
O tema hoje é seleção, num jogo que deve ter mais audiência que a abertura entre Alemanha e Costa Rica. O mundo todo quer ver o Brasil jogar. E espera ver o Brasil encantar.
Nós também. Encantar e ganhar: 3 a 1. Com pelo menos um de Ronaldo.
A expectativa é que pelo menos 1 bilhão de pessoas acompanhe a Canarinho pela TV.
Um "ibope" universal.

Pesquisas guardadas

Pesquisa. Sim, governo e oposição têm pesquisas.
Mas cada um guarda seus números, mostrando somente aos aliados ou candidatos a aliados - como forma de argumento.
Internamente, todo nundo sabe os efeitos da crise PSDB-PFL e até onde vão os estragos de uma eventua candidatura Heráclito Fortes nos terreiros de Firmino e Wellington.
Mas a ninguém interessa colocar nos jornais, ainda mais horas antes do jogo da seleção.

domingo, junho 11, 2006

Governo tem pesquisa

Gente do governo anda falando com satisfação que há uma nova pesquisa eleitoral. Indicaria que o governador Wellington Dias finalmente rompeu a barreira dos 37% das intenções de voto, na qual se encontra estacionado há bom tempo.
Seja como for, qualquer que sejam os números desta pesquisa sete capas, melhor a turma do Karnak jogá-la na lata do lixo.
Com a mudança de cenário do final de semana, números colhidos anteriormente nada ou quase nada valem.

Uma pesquisa, pelo amor de Deus!

Falei há pouco com o cavalheiríssimo Batista Teles, presidente do Ipop. Ele me disse que não há nenhuma nova pesquisa eleitoral realizada desde aquelas que deram em confusão e divórcio entre tucanos e pefelistas. Portanto, navegamos sem bússola neste mar de incertezas.
O que mais se pode desejar neste momento é uma pesquisa eleitoral para medir os músculos de cada um dos contendores na disputa pelo governo do Piauí. E agora que Heráclito Fortes está entrando em campo, tanto melhor que haja uma pesquisa, para medir o tamanho dele e do PFL (que são coisas bem distntas, frise-se)e as repercussões de sua chegada à arena em que, por enquanto, engalfinhavam-se, meio que enfastiados, Wellington Dias e Firmino Filho.
Precisamos urgentemente de uma pesquisa, para que não se cometa impropriedades nas avaliações das chances dos que estão nesta corrida.

Heráclito, o candidato a governador?

Os últimos movimentos do senador Heráclito Fortes, a maioria não avistada pelos jornalistas, nem pelo bisbilhoteiro Efrém Rebeiro, indicam que ele vai sim disputar o governo do Piauí nas eleições de 2006.
Pelo cenário da noite de sábado e começo da manhã de domingo, 11 de junho, véspera do dia dos namorados, pode ser do PFL e não do PMDB e muito menos do PSDB o principal contendor de Wellington Dias.
Sendo assim e assim sendo (só para brincar com as palavras), podemos assistir a um embate entre idéias e gerações distintas nesta campanha.
Aguardemos, pois.

sábado, junho 10, 2006

A quebra no PFL e PSDB

A nota é do colunista Zózimo Tavares, no Diário do Povo, sobre as perdas de PSDB e PFL na Assembléia e Câmara Federal:

Baixas
A análise é do decano e experiente deputado pefelista Homero Castelo Branco.
Se PFL e PSDB saírem separados nesta eleição no Piauí, o PFL fará apenas cinco deputados estaduais e dois federais.
Já o PSDB, pelos seus cálculos, zera sua bancada federal e também a estadual.

Complicou
Em 2002, o PFL fez nove deputados estaduais e quatro federais. Saíram Paulo Henrique Paes Landim, que foi para o PTB, e Gustavo Medeiros, eleito prefeito de União, e os deputados federais José Francisco Paes Landim (PTB) e Ciro Nogueira (PP).
Com a coligação, o PFL poderia fazer quatro federais e repetir os estaduais.

(Mais Zózimo, diariamente: www.diariodopovo-pi.com.br)

Política de faz-de-conta

O PSDB, que saiu muito mal após o arrogante e inábil veto a Hugo Napoleão, agora tenta reverter os fatos. E quer porque quer criar uma imagem de deselegância ou deslealdade de Hugo com Firmino. Mas os fatos negam a estratégia dos tucanos.
Segundo os principais líderes do PSDB, Hugo teria sido desleal com Firmino ao revelar uma conversa de bastidores. Não cola.
Vale a pena relembrar os fatos:
Fato 1 - Numa quarta-feira, Hugo deu entrevista para Amadeu Campos e Pedro Alcântara (início da tarde) dizendo que não seria candidato a senador porque não havia harmonia na coligação.
Fato 2 - A entrevista de Hugo provocou, pela primeira vez, uma reação das bases do partido. Deputados e prefeitos não apenas exigiram Hugo como candidato ao senado como ainda ameaçaram não votar em Firmino.
Fato 3 - Somente à noite da mesma quarta-feira Firmino e Hugo se reúniram (seis horas depois da primeira entrevista de Hugo). E, apesar da reação das bases pefelistas, Firmino vetou Hugo. E sugeriu que Hugo fosse à imprensa e dissesse que desistia da candidatura "espontaneamente".
O que queriam Firmino e outros tucanos? Que Hugo fosse à TV e dissesse que desistia da candidatura por frouxura? Ou que desistia para ajudar João Vicente Claudino?
Pelo visto, é mais crível avaliar que Firmino apostou em duas políticas: uma de bastidores, feita de acordões indizíveis e pressões insuportáveis; outra da rua para fora, um jogo para a platéia que vira um simples faz-de-conta.
Esse faz-de-conta não é nada elegante com o respeitável público.

A coligação acabou. Mesmo!!

Nem no PSDB nem no PFL, ninguém aposta um centavo sequer na continuidade da coligação dos partidos. Cada um vai sair com candidatos próprios. Com todos os riscos que isso representa tanto para os cargos majoritários como proporcionais.
De uma coisa os dois lados estão certos: ambos perdem na eleição de deputados. Entre os tucanos, avalia-se que conseguem eleger um único deputado federal. Dois seria um luxo. No PFL, sonha-se com dois deputados. A não ser que Hugo Napoleão volte a ser candidato a deputado, para tentar garantir um terceiro.
Para o Senado, se cada partido lançar candidato será quase o mesmo de nomear João Vicente Claudino para a Câmara Alta.
No caso da disputa pela Assembléia, os cálculos são mais difíceis. Mas é certo que ambos perdem. E nomes de destaque como Roncali Paulo correm sério risco.
Já a disputa pelo governo depende de dois fatores: o primeiro, se Heráclito Fortes aceita ou não o desafio dos pefelistas - que desejam vê-lo candidato ao Karnak; segundo, se Mão Santa ganha ou perde a convenção do PMDB. O mais provável é que Mão Santa perca e que Heráclito se mantenha longe da disputa.
Nesse quadro, Wellington Dias tende a comemorar uma nova vitória. E outra vez no primeiro turno.

Bem feito

De um presidente da República se espera representatividade e o mínimo de ações acacianas. Não é o que ocorre ao presidente Lula, que aqui e ali se expõe ao ridículo, como fez na teleconferência com Parreira e outros integrantes da seleção brasileira de futebol.
Ao importar-se com o crescimento horizontal de Ronaldo, o presidente terminou por gerar um fato que trouxe de volta o fantasma da boataria por sua queda pelos destilados e fermentados. Não precisava chegar a este ponto. Se, em vez de se exibir na rede Globo dando pitacos para a seleção, tivesse apenas mandado um cartão ou um telegrama, se pouparia de vexame.

Coisas de bar

Ontem, no VTS, um dos freqüentadores sentenciava que Mão Santa deve perder a disputada para ser indicado candidato a governador.
Argumento: o senador está perdendo sua verve, falando com mau humor, sendo este um sinal de que já teria detectado a derrota.
Bem, hoje é dia 10 de junho e daqui para frente há condições, digamos, cronológicas mais razoáveis de tirar isso a limpo.
É esperar e conferir.

Apoio crítico. Muito crítico...

PSDB e PFL estão brincando de fazer política. E me fazem lembrar do movimento estudantil.
Quem militou no movimento estudantil (M.E., lembra, Joaquim Almeida?) sabe de um certo "apoio crítico". Quer dizer: um setor do M.E. levava seu apoio a outro segmento (tendência), mas com ressalvas às diretrizes de ação. Nomalmente, muitas e graves ressalvas...
No final, era mais crítico que apoio. Ou, numa linguagem mais nossa: com esse tipo de apoio nem precisava de adversário. O "aliado" se encarregava de fazer os estragos necessários.
PSDB e PFL parecem ter "aprendido" bem essa lição, agora que brincam de oferecer ao outro um apoio crítico. PSDB quer o PFL, mas com vetos. O PFL aceita a aliança, mas pode até vetar o candidato a governador.
E numa aliança que vai se transformando sobretudo na crítica aberta entre aliados, os parceiros vão fazendo eles mesmos o papel que os adversários deveriam fazer. E, assim, uma aliança que se mostrava promissora, vai se revelando crítica...
E, para manter o termo, vive momentos igualmente críticos.
Os adversários agradecem aliados tão inconciliáveis.

sexta-feira, junho 09, 2006

Quem substituiria Firmino?

O PFL decidiu que, ou Firmino Filho aceita a candidatura Hugo Napoleão ou os partidos zeram tudo e buscam novos candidatos - para o Senado e para governo.
No lado o PFL isso não seria um grande problema: Hugo sempre admitiu retornar à candidatura de deputado federal, apesar de preferir mesmo disputar o Senado. Mas, no PSDB, quem substituiria Firmino?
Nenhum outro nome foi trabalhado como alternativa dentro da oposição. Nem mesmo Heráclito Fortes é visto como uma alternatva viável - além disso, ele não deseja abandonar seu posto no Senado. Asim, ou PSDB e PFL marcham com Firmino na cabeça ou se separam de vez.
Mas a reunião de hoje tem pelo meno um lado positivo: os dois partidos acham que uma decisão tem que ser tomada logo. Esperar mais só complica a vida dos dois grupos.
E melhora ainda mais a vida da candidatura Wellington Dias.

A Copa paralela do marketing

Há uma Copa do Mundo paralela na Alemanha.
É a copa do marketing.
Me explico: as fornecedoras de material esportivo travam uma guerra nem tão surda pelo título do mundial. Guerra de vale tudo, porque o resultado é medido em dezenas de milhões de dólares.
Pelo menos em numero, a Puma (marca alemã surgida de uma divisão da Adidas) parte na frente, assinando o uniforme de 11 seleções. Em seguida vem a Nike, com 9. Adidas patrocina 6 seleções, Umbro e Lotto respondem por duas, cada, e Joma e Marathon têm uma.
Apesar da diferença de número, quase todas (exceto Joma, Marathon e Lotto) patrocinam pelo menos uma equipe com boas chances.
É só conferir quem patrocina quem:
Puma – Itália, República Tcheca, Costa do Marfim, Gana, Polônia, Suíça, Tunísia, Angola, Arábia Saudita, Irã e Paraguai.
Nike – Brasil, Portugal, Holanda, Estados Unidos, Austrália, Coréia, México, Togo e Croácia.
Adidas – Alemanha, França, Argentina, Espanha, Japão e Trinidad e Tobago.
Umbro – Inglaterra e Suécia.
Lotto – Ucrânia e Sérvia-Montenegro.
Joma – Costa Rica.
Marathon – Equador.

Crise política em discussão. Que crise?

Heráclito Fortes, Hugo Napoleão e o grosso do PFL estão discutindo os rumos do partido na campanha eleitoral deste ano.
Hoje deve ser dado um sinal mais claro da direção que os pefelistas devem tomar.
Resta saber quem está prestando atenção nisso.
Os olhos do Brasil são para a Alemanha.

Alemanha vence, mas...

Alemanha estréia com vitória na Copa 2006: 4 a 2 na Costa Rica.
Resumo do jogo: nenhuma das duas equipes convenceu.
A Alemanha mostrou fragilidade na defesa e alguma forca no ataque, mas nem tanto.
Costa Rica mostrou uma ingenuidade sem limites e uma defesa fraquinha, fraquinha.
A equipe centro-americana seguramente volta logo para casa.
Já a Alemanha precisa mostrar mais futebol para sonhar com o titulo.

quinta-feira, junho 08, 2006

Caetano, Torquato e Cajuiza

O Blog do Moreno (http://oglobo.globo.com/online/blogs/moreno/) publicou ontem um texto do próprio Cateano Veloso explicando como surgiu a lindíssima Cajuina, música que toca direto o coração da gente.
Como piauiense, fã do Torquato Neto e amante da boa música, vale a pena ler.
Fala, Caetano:

"Numa excursão pelo Brasil com o show Muito, creio, no final dos anos 70, recebi, no hotel em Teresina, a visita de Dr. Eli, o pai de Torquato. Eu já o conhecia pois ele tinha vindo ao Rio umas duas vezes. Mas era a primeira vez que eu o via depois do suicídio de Torquato.
Torquato estava, de certa forma , afastado das pessoas todas. Mas eu não o via desde minha chegada de Londres: Dedé e eu morávamos na Bahia e ele, no Rio (com temporadas em Teresina, onde descansava das internações a que se submeteu por instabilidade mental agravada, ao que se diz, pelo álcool). Eu não o vira em Londres: ele estivera na Europa mas voltara ao Brasil justo antes de minha chegada a Londres.
Assim, estávamos de fato bastante afastados, embora sem ressentimentos ou hostilidades. Eu queria muito bem a ele. Discordava da atitude agressiva que ele adotou contra o Cinema Novo na coluna que escrevia, mas nunca cheguei sequer a dizer-lhe isso.
No dia em que ele se matou, eu estava recebendo Chico Buarque em Salvador para fazermos aquele show que virou disco famoso. Torquato tinha se aproximado muito de Chico, logo antes do tropicalismo: entre 1966 e 1967. A ponto de estar mais freqüentemente com Chico do que comigo.
Chico e eu recebemos a notícia quando íamos sair para o Teatro Castro Alves. Ficamos abalados e falamos sobre isso. E sobre Torquato ter estado longe e mal. Mas eu não chorei. Senti uma dureza de ânimo dentro de mim. Me senti um tanto amargo e triste mas pouco sentimental.
Quando, anos depois, encontrei Dr. Eli, que sempre foi uma pessoa adorável, parecidíssimo com Torquato, e a quem Torquato amava com grande ternura, essa dureza amarga se desfez. E eu chorei durantes horas, sem parar. Dr. Eli me consolava, carinhosamente. Levou-me à sua casa. D. Salomé, a mãe de Torquato, estava hospitalizada. Então ficamos só ele e eu na casa.
Ele não dizia quase nada. Tirou uma rosa-menina do jardim e me deu. Me mostrou as muitas fotografias de Torquato distribuídas pelas paredes da casa. Serviu cajuína para nós dois. E bebemos lentamente. Durante todo o tempo eu chorava.
Diferentemente do dia da morte de Torquato, eu não estava triste nem amargo. Era um sentimento terno e bom, amoroso, dirigido a Dr. Eli e a Torquato, à vida. Mas era intenso demais e eu chorei.
No dia seguinte, já na próxima cidade da excursão, escrevi Cajuína".

Para relembrar, a letra:

Cajuína
(Caetano Veloso)

Existirmos a que será que se destina
Pois quando tu me deste a rosa pequenina
Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
Do menino infeliz não se nos ilumina
Tampouco turva-se a lágrima nordestina
Apenas a matéria vida era tão fina
E éramos olharmo-nos intacta retina
A cajuína cristalina em Teresina

Traição como nunca

Anotem: este ano a infidelidade partidária vai ocorrer como nunca.
Com a nova leitura da legislação eleitoral feita pelo TSE, as coligações formam ficam limitadas. Mas as informações, não.
Traduzindo: a coligação branca (subterrânea, a despeito das decisões partidárias) estará mais presente que nunca nas eleições brasileiras. E assim, confirmaremos a eterna suspeita de que os partidos valem pouco, muito pouco no Brasil.

O destino de Mão Santa

O PMDB se encaminha para ter um candidato a presidente.
Isso reforça a posição do partido de lançar candidatos nos Estados.
É tudo, tudo, tudo o que Mão Santa queria.

Pergunta: Essa decião do TSE é ótima para o Mão Santa. E para o Piauí?

quarta-feira, junho 07, 2006

Confusão está a mil

A decisão do TSE de determinar a repetição das coligações nacionais nos estados deixou todo mundo com as mãos na cabeça. Todos buscam um chão firme para os próximos passos rumo à eleição.
Firmino Filho discute com os deputados do PSDB o que fazer. Hugo Napoleão se reúne com Heráclito Fortes e Jorge Bornhausen.
Hugo sabe que a coligação nacional PSDB-PFL será mantida. Agora deve calcular que tipo de reação haverá na base pefelista. Se for melhor para o partido, pode sair para deputado.
Firmino deseja a coligação, ainda que imponha condições e mais condições.
João Vicente tem tudo para dormir tranqüilo. Mas nunca se sabe qual deve ser sua reação, até porque agora não há mais a possibilidade de Freitas Neto e Hugo serem candidatos ao mesmo tempo, porque a coligação só pode apresentar um candidato a senador. Quer dizer, não haverá a divisão de voto que favoreceria JV.
Para o governo, Wellington desfruta da posição de governante. Mas tem que avaliar os danos também no seu quintal. Em tese, Mão Santa ganha com a decisão. Mas pode perder se o PMDB se coligar com o PT ou mesmo com o PSDB.
Num caso e noutro, os partidos já têm candidatos a governador. E Mão Santa pode ficar a ver navio.

A sorte de Mão Santa

Decisão do TSE, de ontem, complica muito, muito mesmo as alianças dos partidos nos Estados. E no Piauí a coisa parece ficar especialmente complicada.
Resumo da ópera: pela decisão do TSE, perdem o PT, o PSDB e o PFL O PMDB de Mão Santa leva a sorte grande (para azar do PMDB governista).
Entenda como fica, dentro do quadro atual:
1. Segundo o TSE, as alianças nacionais devem ser repetidas nos Estados. O partido que não quiser repeti-la deve disputar sem alianças regionais. No caso do Piauí, tucanos e pefelistas devem subir no mesmo palanque, assim como PT, PCdoB e PSB devem marchar juntos. O clima entre tucanos e pefelistas não é nada bom. Vão ter que seguir juntos, tendo ao lado o PPS, aliado nacional. Ou seguir separados, sozinhos e fracos.
2. Partidos sem candidatos a presidente (caso do PMDB, até agora) não podem mais se aliar nos estados com quem bem desejem: têm que seguir juntos ou em aliança com outro partido que não tenha candidato a presidente. No Piauí, no quadro atual, o PMDB não pode fazer aliança com o PT, como sonha uma banda do partido. Assim, Mão Santa comemora: a decisão realimenta seu sonho de candidatura.
3. João Vicente Claudino não pode mais se aliar ao PT. Tem que sair candidato de si mesmo (o que já era, de certa forma) e fazer coligações informais.
O problema é que o quadro tende a se alterar (e muito) nestas duas semanas.
A grande expectativa, para variar, é quanto ao rumo do PMDB.
Diante dessa interpretação da Justiça Eleitoral, o partido talvez seja obrigado a rever a necessidade de uma aliança nacional. E aí os cálculos regionais serão mais importantes. Quer dizer: PMDB vai calcular como ganha mais, se fazendo aliança com Lula ou Alckmin. A popularidade de Lula faz do PT a alternativa mais desejada. Mas isso não explica tudo.
Quanto ao PSDB e PFL, é pouco provável que deixem de estar juntos no plano federal. Assim, Firmino Filho terá que engolir Hugo Napoleão. E vice-versa.

segunda-feira, junho 05, 2006

Crise em segundo plano

A crise política no seio da oposição piauiense tem pouco tempo para ser resolvida. Ou simplesmente para ser esquecida.
O motivo é simples: sexta-feira começa a Copa para o mundo. Na terça seguinte começa para o Brasil. E daí por diante não se fala mais em ouro tema. Assim, qualquer decisão até a quinta-feira ainda terá algum destaque, ainda ocupará os bate bocas dos botecos e meios de comunicação. Depois disso, será um tema menor, pelo menos por um mês.
De qualquer forma, a crise já vai caindo na vala comum e há um sentimento generalizado de que a tal coligação Firme e Forte sofre de profunda inanição.
Persiste a sensação nos dois lados (do Firme e do Forte, no personalismo que traz o nome: referencias a Firmino Filho e a Heráclito Fortes), assim como na platéia que olha tudo à distância, que a aliança não tem futuro nenhum.
Ainda assim, a crise tem que ser finalizada.
Tem que ser dado um ponto final (enterrando a aliança de vez ou, surpresa, ressuscitando-a) até como uma satisfação pública. Deixar que tudo se resolva no correr da Copa será consagrar ao esquecimento.
E enfatizar a desimportância dessa discussão.

sábado, junho 03, 2006

Corrupção, o grande desafio

Não sei se a advertência veio da pessoa mais idônea, mas é muito pertinente o alerta do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld: a corrupção é uma ameaça à democracia na América Latina.
Minha dúvida está no fato de que os Estados Unidos hoje não são um grande exemplo em matéria de probidade (ainda que esteja léguas à frente de nossa América Latina). Tampouco são exemplo eloqüente de democracia, pelos menos nesses últimos quatro anos, com permanentes agressões aos direitos essenciais do homem dentro e fora de suas fronteiras.
Mas Rumsfeld está coberto de razão ao dizer que a corrupção tem um caráter corrosivo aqui na nossa região. De fato, corrói a dignidade das pessoas, corrói as esperanças do cidadão, corrói a legitimidade dos governantes, corrói a eficiência administrativa. Corrói, sobretudo, a crença das pessoas no próprio sistema democrático, que no final das contas vai dando ao povo muito menos do que o esperado; e menos ainda do que devia.
Esse descrença vai sendo afirmada a cada momento, seja nas permanentes revoltas em países como Bolívia e Equador, seja no comportamento verificado particularmente nas eleições, em todos os cantos. Nos países onde o voto não é obrigatório, o efeito mais concreto é o baixo comparecimento às urnas, muitas vezes abaixo dos 50% (como na Colombia, há uma semana). No caso do Brasil, o eleitor revela seu protesto votando nulo ou em branco. Ou escolhendo um nome, digamos, anti-sistema. Não é por acaso que, de eleição em eleição, vamos encontrando os Qüém-Qüém da vida, como a mais clara manifestação de desconforto do cidadão com o quatro atual das coisas.
Este ano, na eleição presidencial, o protesto parece atender pelo nome de Heloísa Helena. Vai receber alguns votos convictos, ideológicos. Mas vai receber especialmente o voto da indignação; o voto de quem viu a senadora não se submeter às normas e reagir ao esquemão, sendo voz poderosa contra a corrupção e a falta de ética.
Heloísa Helena conquistou o respeito de muitos. Bem ao contrário de um número bem maior dos seus pares.

Para ver texto completo sobre as declarações de Rumsfeld, acesse:
http://www.estadao.com.br/ultimas/mundo/noticias/2006/jun/03/17.htm

sexta-feira, junho 02, 2006

Napoleão agora é o francês

Quando foi cassado sob acusação de corrupção eleitoral, Mão Santa passou a nutrir ódio visceral contra Hugo Napoleão, seu substituto no governo do Piauí. Quando era entrevistado na TV, o senador parnaibano sempre dava um jeito de citar Napoleão, a quem se referia como "o verdadeiro", o que criava automaticamente a imagem do "falso".
Agora que o PFL está como moçoila casadoura, doido para juntar seus trapinhos com Mão Santa, o senador mantém a citação ao corso. Mas, para que não haja a diferenciação entre o "verdadeiro" e o "falso", prefere citar "Napoleão, o francês".

Mussa defende Hugo, mas a defesa soa esquisita

O deputado Mussa Demes, presidente regional do PFL, fez uma defesa intransigente do ex-governador Hugo Napoleão, hoje, em entrevista ao vivo na TV Cidade Verde. Logo ele, que semanas atrás tinha mandado avisar a Hugo que o vetava em alguns palanques, porque acompanharia João Vicente Claudino.
A defesa esquisita de Mussa Demes mais pareceu um ato de quem deseja ardentemente pôr fim às já esquálidas esperanças de uma retomada da aliança entre tucanos e pefelistas.
O deputado referiu-se a Firmino Filho com ar de desprezo, de desdém, de quem quer distância. Palavras de afagos mesmo só ao senador Mão Santa, que tempos atrás se referia ao PFL como o Partido Formador de Ladrões.

O poeta Elias Ximenes do Prado

Nota pescada da coluna de hoje (2 de junho) do talentoso Zózimo Tavares, no Diário do Povo:

Salada tucana
O deputado Elias Ximenes do Prado (PDT), que já colou na campanha do senador Mão Santa ao Governo do Estado, anda distribuindo estes versos por onde passa:

“O PSDB tá fraquim
tá ruim, chega dá dó.
O Alckmin é um chuchu
O Firmino é um jiló
Um não pega tempero
E outro amarga que só!"

Mais Zózimo Tavares, diariamente, no www.diariodopovo-pi.com.br.

Descontentes, mas calados

Boa parte dos candidatos a deputado etadual e deputado federal do PSDB não anda muito contente com o cenário que se desenha depois da crise estabelecida com o veto de Firmino Filho ao nome de Hugo Napoleão, como candidato ao Senado. A avaliação é que tanto Firmino quanto (e principalmente) os candidatos ao legislativo perdem muito.
Um dos mais destacados nomes da lista para a Câmara Federal, en contato com o Blog, não conteve as palavras: "O Firmino está f..., mas não cede e vai f... a gente também".
Na avaliação desse experimentado político, o ex-prefeito praticamente inviabilizou o apoio de lideranças do PFL inclusive em um eventual segundo turno. Além disso, não ele não acredita mais num segundo turno para o tucano: sem um terceiro candidato forte, a eleição tende a se decidir na primeira volta, em favor do atual governador Wellington Dias. Se Mão Santa conseguir se viabilizar, ele tenderia a ser o adversário de Wellington, com apoio do PFL.
No caso do legislativo, a expectativa de eleição de uma boa bancada parlamentar desapareceu. Daí o descontentamento de um bom número de tucanos.
Apesar do desconforto, o silêncio persiste. Motivo? Abrir o tiroteio contra Firmino pode transformar as coisas ainda mais difíceis.