quarta-feira, junho 14, 2006

Firmino busca menor prejuízo

O presidente nacional do PSDB, senador Tasso Jereissati, bem que tentou mas não conseguiu entender o veto de Firmino Filho à candidatura de Hugo Napoleão.
O motivo da perplexidade de Tasso é simples: pesquisas encomendadas pelo PSDB nacional ao sociólogo Antonio Lavareda reafirmam a liderança de Hugo na corrida ao Senado e sua boa perspectiva de vitória. Os dados estão sendo apresentados a Firmino, que vai teimar em vetar a candidatura do ex-governador.
A razão da manutenção do veto é igualmente simples: Firmino corre atrás agora do menor prejuízo.
O tucano sabe que pisou na bola, e pisou feio. A forma como conduziu o veto foi deselegante e reforçou uma imagem de arrogância e destempero. Pior, descontentou os então aliados e praticamente enterrou a perspectiva (antes concreta) de vitória. Mas voltar atrás e aceitar a candidatura do ex-governador legaria uma outra imagem a Firmino: a de fraqueza. E isso o tucano não deseja.
Nesse quadro, o ex-prefeito calcula os possíveis desdobramentos das alternativas disponíveis. Traduzindo: o que seria pior para o PSDB, manter a coligação com o PFL ou romper de vez?
Nos cálculos tucanos, manter a aliança não é mais possível. Em termos de reação pública, seria igual ou pior que em 2002, já que a crise do veto transformou em aberração uma aliança que já estava praticamente naturalizada. Manter PFL e PSDB juntos passaria uma idéia de esperteza politiqueira que o povo tende a rejeitar amplamente. O eleitor não aceitaria a união de quem se engalfinhava há apenas três semanas.
Por outro lado, romper de uma vez por todas pode trazer algum benefício imediato e vantagens ainda maiores no futuro. No longo prazo, teria o efeito de manter uma aura de independência e “firmeza de princípios”; seria um jogo para a platéia com a intenção de render frutas em eleições futuras.
No curto prazo, pode render votos, sim. Mas para isso, segundo os cálculos tucanos, depende de Heráclito Fortes. Isto é, depende da disposição de Heráclito ser candidato ao governo. Nos cálculos do PSDB, a entrada do senador na disputa garante o segundo turno – mas com Firmino enfrentando Wellington Dias.
Nesse cenário, tão sonhado pelos tucanos, o ex-prefeito até poderia ter de volta a possibilidade de vencer a disputa final pelo Karnak.