O ambiente degenerado em torno de Lula
Paulo Moreira Leite
Blog do estadão, em 19/09/2006
Se não tivessem ocorrido os escândalos como o mensalão e o caso Waldomiro Diniz, eu seria capaz de acreditar que a compra de uma entrevista contra José Serra publicada pela revista Istoé era uma provocação dos inimigos do PT para prejudicar a campanha de Lula. Não se conhece, na história política recente, uma ação tão ruinosa, inoportuna, inepta -- e reveladora do ambiente degenerado em que sobrevive uma fatia deste governo, localizada tão próxima do presidente.
Antes de sexta-feira passada, Lula estava com 50% dos votos, com a reeleição desenhada no horizonte. Hoje, o presidente se encontra na defensiva, de volta ao discurso do "não sabia de nada", ameaçado por um escândalo cujo impacto na eleição é uma incógnita mas que já constitui um péssimo agouro para um eventual segundo mandato. Como ficam os apelos republicanos" do Planalto pela conciliação diante dos "métodos" de luta política revelados no episódio?
Conversei com um funcionário de primeiro escalão do governo Lula, ontem. Mesmo calejado, até ele se confessou "estarrecido" com a operação. Conversamos sobre a personalidade de Freud Godoy, um faz-tudo da assessoria pessoal do presidente Lula, pessoa muito próxima da família presidencial. Freud admite que tenha se encontrado com o funcionário do PT apanhado em flagrante com R$ 1,7 milhão, mas alega que discutiam a contratação uma empresa de segurança para campanha. Parece apenas desculpa de advogado, mas até agora não se demonstrou qual o papel efetivo de Freud na ação.
De todo modo, ele não parece reunir condições políticas nem financeiras para arquitetar uma ação desse tipo. A conclusão é que faltava alguém para lhe dar a ordem. Aí apareceu José Lorenzetti, amigo de Lula, churrasqueiro emérito do Alvorada, petista de maior musculatura. A pergunta agora é se Lorenzetti e Freud agiram sòzinhos. Alguém acredita?Meu interlocutor garante que sim, mas nessa hora até sua voz me recorda a condição de funcionário deste governo.
Veja texto em
http://blog.estadao.com.br/blog/paulo/?title=nunca_se_viu_uma_acao_politica_tao_ruino&more=1&c=1&tb=1&pb=1
Blog do estadão, em 19/09/2006
Se não tivessem ocorrido os escândalos como o mensalão e o caso Waldomiro Diniz, eu seria capaz de acreditar que a compra de uma entrevista contra José Serra publicada pela revista Istoé era uma provocação dos inimigos do PT para prejudicar a campanha de Lula. Não se conhece, na história política recente, uma ação tão ruinosa, inoportuna, inepta -- e reveladora do ambiente degenerado em que sobrevive uma fatia deste governo, localizada tão próxima do presidente.
Antes de sexta-feira passada, Lula estava com 50% dos votos, com a reeleição desenhada no horizonte. Hoje, o presidente se encontra na defensiva, de volta ao discurso do "não sabia de nada", ameaçado por um escândalo cujo impacto na eleição é uma incógnita mas que já constitui um péssimo agouro para um eventual segundo mandato. Como ficam os apelos republicanos" do Planalto pela conciliação diante dos "métodos" de luta política revelados no episódio?
Conversei com um funcionário de primeiro escalão do governo Lula, ontem. Mesmo calejado, até ele se confessou "estarrecido" com a operação. Conversamos sobre a personalidade de Freud Godoy, um faz-tudo da assessoria pessoal do presidente Lula, pessoa muito próxima da família presidencial. Freud admite que tenha se encontrado com o funcionário do PT apanhado em flagrante com R$ 1,7 milhão, mas alega que discutiam a contratação uma empresa de segurança para campanha. Parece apenas desculpa de advogado, mas até agora não se demonstrou qual o papel efetivo de Freud na ação.
De todo modo, ele não parece reunir condições políticas nem financeiras para arquitetar uma ação desse tipo. A conclusão é que faltava alguém para lhe dar a ordem. Aí apareceu José Lorenzetti, amigo de Lula, churrasqueiro emérito do Alvorada, petista de maior musculatura. A pergunta agora é se Lorenzetti e Freud agiram sòzinhos. Alguém acredita?Meu interlocutor garante que sim, mas nessa hora até sua voz me recorda a condição de funcionário deste governo.
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