Governador do PI forjou licitação, diz Vedoin
Deu em O Estado de S. Paulo:
O empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, uma das principais empresas da máfia das ambulâncias, afirmou ontem que teve três encontros com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), para tratar de suposto direcionamento em um processo de licitação.
Os encontros teriam ocorrido no gabinete da Casa Civil do governo do Estado, em 2003 e 2004. Na época, Dias queria comprar 143 ambulâncias e dispunha de um crédito do Ministério da Saúde de R$ 11 milhões.
As revelações de Vedoin foram divulgadas ontem pelo deputado Júlio Delgado (PPS-MG), sub-relator da CPI dos Sanguessugas, que participou do longo interrogatório a que o empresário foi submetido na sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. "Ele (Vedoin) não falou em dinheiro, mas disse que houve negociação e direcionamento", contou Delgado. "Houve a tratativa de direcionamento", reforçou o parlamentar.
Treze integrantes da CPI estavam presentes à sessão fechada. O advogado Otto Medeiros acompanhou o empresário. O relato de Vedoin, considerado decisivo pela CPI, foi gravado. "O depoimento oferece provas robustas contra vários parlamentares", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). "Provas essas que, sem sombra de dúvida, vão ensejar a cassação dos parlamentares."
A empresa de Vedoin funcionava como pivô de um esquema de venda superfaturada de ambulâncias, compradas por prefeituras com verbas do Orçamento da União. Há pelo menos 90 parlamentares envolvidos de alguma forma na fraude - eles foram notificados para se explicarem à CPI -, suspeitos de apresentar emendas ao orçamento para beneficiar o esquema em troca de propina. A fraude passou a ser investigada no Congresso depois que, em maio, a Operação Sanguessuga da Polícia Federal prendeu 46 acusados.
Diante das informações de Vedoin, o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), quer que a subcomissão encarregada de investigar a participação de integrantes do Executivo siga trabalhando sem recesso a partir do dia 10, ao contrário do restante da comissão. Segundo ele, também já há motivos para pedir a quebra do sigilo bancário de parlamentares e assessores.
HOTEL - Vedoin citou detalhes sobre as reuniões que teria tido com o governador do Piauí. Indicou até o hotel em que ficou hospedado em Teresina no período em que os encontros teriam ocorrido. O empresário afirmou à CPI que o pregão eletrônico implantado pela central de compras do governo do Piauí "é totalmente vulnerável".Por meio de sua assessoria, o governador do Piauí afirmou que "não participou de qualquer acordo para direcionamento de licitações para a compra de ambulâncias".
A Coordenadoria de Comunicação do Estado esclareceu que a licitação foi realizada em pregão eletrônico. A secretária estadual de Saúde, Tatiana Chaves, informou que a Planam participou do pregão, apresentou preços mais baixos para fornecimento de sete UTIs móveis. "Mas não contratamos a Planam, não conheço Luiz Vedoin", afirmou a secretária.
Vedoin reafirmou negociações que teria mantido na Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul, Estado comandado por Zeca do PT, para igualmente negociar a venda de ambulâncias. O governador rechaçou qualquer suspeita de irregularidades, disse que as licitações em seu Estado são feitas também por pregão eletrônico e que vai processar o empresário.
Segundo Jungmann, a CPI também deve investigar negociação não concluída de um empréstimo que a Planam tentou no Banco do Nordeste (BNB). Segundo ele, Vedoin contou que a soma seria usada para uma obra superfaturada de R$ 18 milhões que seria realizada na Bahia. O negócio não saiu do papel. "Há necessidade do aprofundamento dessa investigação."
"O governador do Piauí, Wellington Dias, reitera as informações de que o Estado não comprou ambulâncias da empresa Planam e não fez qualquer tipo de direcionamento de licitação para compra de ambulâncias. Em face da conotação eleitoral dada a estes fatos e a repetição da veiculação dos mesmos, o governador Wellington Dias ajuizará ação de reparação por danos morais e à sua imagem em decorrência das afirmações caluniosas proferidas pelos investigados."
http://www.estado.com.br/editorias/2006/08/04/pol-1.93.11.20060804.22.1.xml
O empresário Luiz Antônio Vedoin, dono da Planam, uma das principais empresas da máfia das ambulâncias, afirmou ontem que teve três encontros com o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), para tratar de suposto direcionamento em um processo de licitação.
Os encontros teriam ocorrido no gabinete da Casa Civil do governo do Estado, em 2003 e 2004. Na época, Dias queria comprar 143 ambulâncias e dispunha de um crédito do Ministério da Saúde de R$ 11 milhões.
As revelações de Vedoin foram divulgadas ontem pelo deputado Júlio Delgado (PPS-MG), sub-relator da CPI dos Sanguessugas, que participou do longo interrogatório a que o empresário foi submetido na sede da Superintendência da Polícia Federal em Brasília. "Ele (Vedoin) não falou em dinheiro, mas disse que houve negociação e direcionamento", contou Delgado. "Houve a tratativa de direcionamento", reforçou o parlamentar.
Treze integrantes da CPI estavam presentes à sessão fechada. O advogado Otto Medeiros acompanhou o empresário. O relato de Vedoin, considerado decisivo pela CPI, foi gravado. "O depoimento oferece provas robustas contra vários parlamentares", disse o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP). "Provas essas que, sem sombra de dúvida, vão ensejar a cassação dos parlamentares."
A empresa de Vedoin funcionava como pivô de um esquema de venda superfaturada de ambulâncias, compradas por prefeituras com verbas do Orçamento da União. Há pelo menos 90 parlamentares envolvidos de alguma forma na fraude - eles foram notificados para se explicarem à CPI -, suspeitos de apresentar emendas ao orçamento para beneficiar o esquema em troca de propina. A fraude passou a ser investigada no Congresso depois que, em maio, a Operação Sanguessuga da Polícia Federal prendeu 46 acusados.
Diante das informações de Vedoin, o vice-presidente da CPI, Raul Jungmann (PPS-PE), quer que a subcomissão encarregada de investigar a participação de integrantes do Executivo siga trabalhando sem recesso a partir do dia 10, ao contrário do restante da comissão. Segundo ele, também já há motivos para pedir a quebra do sigilo bancário de parlamentares e assessores.
HOTEL - Vedoin citou detalhes sobre as reuniões que teria tido com o governador do Piauí. Indicou até o hotel em que ficou hospedado em Teresina no período em que os encontros teriam ocorrido. O empresário afirmou à CPI que o pregão eletrônico implantado pela central de compras do governo do Piauí "é totalmente vulnerável".Por meio de sua assessoria, o governador do Piauí afirmou que "não participou de qualquer acordo para direcionamento de licitações para a compra de ambulâncias".
A Coordenadoria de Comunicação do Estado esclareceu que a licitação foi realizada em pregão eletrônico. A secretária estadual de Saúde, Tatiana Chaves, informou que a Planam participou do pregão, apresentou preços mais baixos para fornecimento de sete UTIs móveis. "Mas não contratamos a Planam, não conheço Luiz Vedoin", afirmou a secretária.
Vedoin reafirmou negociações que teria mantido na Secretaria de Saúde de Mato Grosso do Sul, Estado comandado por Zeca do PT, para igualmente negociar a venda de ambulâncias. O governador rechaçou qualquer suspeita de irregularidades, disse que as licitações em seu Estado são feitas também por pregão eletrônico e que vai processar o empresário.
Segundo Jungmann, a CPI também deve investigar negociação não concluída de um empréstimo que a Planam tentou no Banco do Nordeste (BNB). Segundo ele, Vedoin contou que a soma seria usada para uma obra superfaturada de R$ 18 milhões que seria realizada na Bahia. O negócio não saiu do papel. "Há necessidade do aprofundamento dessa investigação."
"O governador do Piauí, Wellington Dias, reitera as informações de que o Estado não comprou ambulâncias da empresa Planam e não fez qualquer tipo de direcionamento de licitação para compra de ambulâncias. Em face da conotação eleitoral dada a estes fatos e a repetição da veiculação dos mesmos, o governador Wellington Dias ajuizará ação de reparação por danos morais e à sua imagem em decorrência das afirmações caluniosas proferidas pelos investigados."
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