Conversa com meu pai
Acordei há uma hora e meu pai, do topo de seus 83 anos, fez-me uma pergunta simples e de resposta ainda mais elementar. “Quem faz mais pelo Brasil: os políticos ou o que trabalham?”. “Os que trabalham”, respondi. “Então por que os políticos vivem dizendo que vão fazer isso, que vão fazer aquilo?”. Não obteve resposta, porque, ato imediato, completou: “Porque não têm o que dizer ou sabem o que fazer. Quem faz mais pelo Brasil é o lavrador que planta e colhe duas quartas de arroz, não ganha quase nada e ainda paga a parte do governo. E faz mais pelo Brasil sem nem saber que está fazendo”.
De fato os políticos não fazem grande coisa pelo Brasil. Faltam-lhes condições para tal, sobretudo considerando que a maioria na disputa se considera, uma vez eleitos, donos de um cofre de onde podem sacar – em alguns casos saquear – quanto quiserem para gastar como bem entenderem.
Temos entre nós candidatos que se forem postos num cargo executivo levarão o Erário à bancarrota. Gastarão tanto e tão mal que sua gerência ruinosa será como uma praga de gafanhotos, uma espécie de perda da safra de batatas da Irlanda, aquela que produziu um milhão de mortos e fez os antepassados de John Kennedy mudarem-se para os Estados Unidos.
A percepção de meu pai ajuda também a compreender que numa eleição, por mais que o eleitor queira sonhos, melhor é vender-lhe a realidade sem muitos efeitos especiais. Talvez seja conveniente que os políticos assumam compromissos em vez de fazer promessas, assegurem aplicar bem o dinheiro público, deixando para trás um pedido velado de autorização para que simplesmente gastá-lo desenfreadamente.
De fato os políticos não fazem grande coisa pelo Brasil. Faltam-lhes condições para tal, sobretudo considerando que a maioria na disputa se considera, uma vez eleitos, donos de um cofre de onde podem sacar – em alguns casos saquear – quanto quiserem para gastar como bem entenderem.
Temos entre nós candidatos que se forem postos num cargo executivo levarão o Erário à bancarrota. Gastarão tanto e tão mal que sua gerência ruinosa será como uma praga de gafanhotos, uma espécie de perda da safra de batatas da Irlanda, aquela que produziu um milhão de mortos e fez os antepassados de John Kennedy mudarem-se para os Estados Unidos.
A percepção de meu pai ajuda também a compreender que numa eleição, por mais que o eleitor queira sonhos, melhor é vender-lhe a realidade sem muitos efeitos especiais. Talvez seja conveniente que os políticos assumam compromissos em vez de fazer promessas, assegurem aplicar bem o dinheiro público, deixando para trás um pedido velado de autorização para que simplesmente gastá-lo desenfreadamente.
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