domingo, maio 21, 2006

Partido, que é isso?

A entrevista de João Vicente Claudino ao site www.portalaz.com.br traz algumas coisas interessantes. Uma das que mais sobressai é a que releva o leque de apoio que diz contar. O filho de Seu João tem apoio de gente dos mais distintos partidos, entre eles PSDB e PFL. Surpresa? Nenhuma! Essa é a realidade da política brasileira. Triste realidade.
No Brasil não há partidos institucionalizados. Nas democracias mais avançadas, os partidos funcionam como interlocutores políticos com a sociedade. Nada a ver com nossa realidade particular. No Brasil, os partidos funcionam quase tão somente como legitimadores de candidaturas: como ninguém pode ser candidato independente, o candidato a algum cargo se filia a um partido e registra a candidatura. Os partidos não têm candidatos; de fato, os candidatos têm partidos.
Estudiosos do mundo inteiro mostram essa como uma das graves fragilidades do sistema político brasileiro. Escândalos como o do mensalão são subprodutos dessa relação débil. Na campanha, cada candidato cuida de si - e quando chega no Congresso, ou no governo do Estado, faz do seu mandato uma conquista pessoal. E assim negocia o posto, a filiação partidária e o diabo a quatro. Negocia sobretudo o diabo a quatro.
Até 2002, o PT era considerado uma exceção nesse cenário de mediocridade. Hoje, nem PT nem ninguém. Como diria o PT de outros tempos, é tudo farinha do mesmo saco.
E a democracia que se exploda!