O estranho motivo do voto
Conversando com uma amiga teresinense, ela manifestava suas opiniões sobre a política e sobre seus candidatos preferenciais. Hoje, votaria no Silvio Mendes até para papa, tão encantada está com o prefeito. Não sabe ainda em quem vota para governador, mas tem certeza que não vota em Mão Santa. Quanto à presidência, não tem muita convicção, mas acha que terminará votando no Lula. Por um motivo singelo: ele deve ter mais quatro anos, como o FHC teve.
Ao analisar o governo petista, ela é dura: acha que tem muita roubalheira, que Lula colocou uma gangue na Esplanada. Mas acha que todos fazem o mesmo. E como acha que Lula é a cara do Brasil, pode simplesmente votar nele, ainda que tenha boas informações sobre Alckmin.
As motivações dessa minha amiga - uma pequena empresária que pode tranquilamente ser colocada no rol de pessoas com maior discernimento sobre a realidade - são as mesmas de muita gente. Principalmente quanto à malversação dos recursos públicos: muitos acham que quem chega ao poder tem um certo direito de dar uso privado ao que é público. Isso explica, por exemplo, porque Mão Santa tem tanto apoio, apesar dos muitos problemas de seu governo, no campo da probidade.
Isso também explica porque, apesar de mensalões e outras coisas do gênero, Lula tem índice tão elevado, e um índice de aceitação acachapante entre os setores mais populares, onde esse tipo de pensamento é tão presente. Nada a ver, portanto, com as críticas de Daniela Mercury e Caetano Veloso, que pedem para que não se vote outra vez em Lula precisamente pelo mar de corrupção. Muita mais distante ainda das reclamações de Lima Duarte, que lastima a glorificação da ignorância.
Sem dúvida, Lula está de um lado criando uma identidade com o segmento mais popular. E, de outro, agradando a elite econômica como nenhum outro governo conseguiu. Além disso, tenta agendar os meios de comunicação com denúncias de corrupção contra os adversários. È uma forma de igualar o perfil: você diz que eu faço, eu digo que você faz a mesma coisa.
A contradição não importa. Importa que rende votos.
Ao analisar o governo petista, ela é dura: acha que tem muita roubalheira, que Lula colocou uma gangue na Esplanada. Mas acha que todos fazem o mesmo. E como acha que Lula é a cara do Brasil, pode simplesmente votar nele, ainda que tenha boas informações sobre Alckmin.
As motivações dessa minha amiga - uma pequena empresária que pode tranquilamente ser colocada no rol de pessoas com maior discernimento sobre a realidade - são as mesmas de muita gente. Principalmente quanto à malversação dos recursos públicos: muitos acham que quem chega ao poder tem um certo direito de dar uso privado ao que é público. Isso explica, por exemplo, porque Mão Santa tem tanto apoio, apesar dos muitos problemas de seu governo, no campo da probidade.
Isso também explica porque, apesar de mensalões e outras coisas do gênero, Lula tem índice tão elevado, e um índice de aceitação acachapante entre os setores mais populares, onde esse tipo de pensamento é tão presente. Nada a ver, portanto, com as críticas de Daniela Mercury e Caetano Veloso, que pedem para que não se vote outra vez em Lula precisamente pelo mar de corrupção. Muita mais distante ainda das reclamações de Lima Duarte, que lastima a glorificação da ignorância.
Sem dúvida, Lula está de um lado criando uma identidade com o segmento mais popular. E, de outro, agradando a elite econômica como nenhum outro governo conseguiu. Além disso, tenta agendar os meios de comunicação com denúncias de corrupção contra os adversários. È uma forma de igualar o perfil: você diz que eu faço, eu digo que você faz a mesma coisa.
A contradição não importa. Importa que rende votos.
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