Promessa é para ser cumprida
O presidente da Venezuela, Hugo Chavez, fez uma defesa simples e irretocável da decisão do boliviano Evo Morales de privatizar as empresas de gás. Em entrevista à TV espanhola, Chavez disse: “Morales está cumprindo promessa de campanha, como fez Zapatero. Zapatero prometeu, se eleito, retirar as tropas espanholas do Iraque; e cumpriu. Morales prometeu privatizar as empresas de gás. E cumpriu”.
Morales foi eleito muito por isso: por oferecer uma perspectiva de defesa de interesses nacionais, onde o gás sempre foi a discussão mais importante.
Não quero dizer se é ou não uma medida adequada, ou se traduz um atrasado modelo de Estado. O que quero dizer é que promessa de campanha é para ser cumprida. Infelizmente, essa não é a regra na América Latina – e de modo especial no Brasil. Pior: o eleitor não faz da promessa um compromisso a ser cobrado, como se prometer o irrealizável fosse uma esperteza consentida (e autorizada) ao político no afã de se eleger. Como se prometer fosse uma coisinha inocente, sem efeito.
Vamos lembrar a última campanha presidencial, particularmente do vitorioso, Lula.
Lula prometeu criar 9 milhões de empregos, ou algo assim.
Nem de longe chega a esta marca. E nem por isso será cobrado como presidente, sequer como candidato em busca da reeleição.
Lula prometeu um choque na área social.
Muito longe disso. Se houve choque foi no econômico: chocou Deus e o mundo com uma política econômica mais conservadora que a liberalíssima Era FHC.
As promessas impossíveis só deixarão de existir quando acontecerem duas coisas: 1) quando o eleitor deixar de legitimar os “milagreiros” (ou irresponsáveis) que prometem o impossível; 2) quando, no caso de “engolir” uma determinada proposta, punir aquele que não fizer o que prometeu.
Morales foi eleito muito por isso: por oferecer uma perspectiva de defesa de interesses nacionais, onde o gás sempre foi a discussão mais importante.
Não quero dizer se é ou não uma medida adequada, ou se traduz um atrasado modelo de Estado. O que quero dizer é que promessa de campanha é para ser cumprida. Infelizmente, essa não é a regra na América Latina – e de modo especial no Brasil. Pior: o eleitor não faz da promessa um compromisso a ser cobrado, como se prometer o irrealizável fosse uma esperteza consentida (e autorizada) ao político no afã de se eleger. Como se prometer fosse uma coisinha inocente, sem efeito.
Vamos lembrar a última campanha presidencial, particularmente do vitorioso, Lula.
Lula prometeu criar 9 milhões de empregos, ou algo assim.
Nem de longe chega a esta marca. E nem por isso será cobrado como presidente, sequer como candidato em busca da reeleição.
Lula prometeu um choque na área social.
Muito longe disso. Se houve choque foi no econômico: chocou Deus e o mundo com uma política econômica mais conservadora que a liberalíssima Era FHC.
As promessas impossíveis só deixarão de existir quando acontecerem duas coisas: 1) quando o eleitor deixar de legitimar os “milagreiros” (ou irresponsáveis) que prometem o impossível; 2) quando, no caso de “engolir” uma determinada proposta, punir aquele que não fizer o que prometeu.
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